O comentarista de arbitragem do Grupo Globo, Paulo Cesar Oliveira, apontou uma “falta de cuidado” da Comissão de Arbitragem da CBF por ter escalado Maguielson Lima Barbosa (DF) para apitar Botafogo 0x0 Grêmio neste sábado (28/9), no Mané Garrincha. O árbitro tinha apitado apenas três jogos na Série A do Brasileirão em 2024 e teve atuação bastante confusa, conseguindo desagradar os dois clubes.
– Sempre respeitamos muito o trabalho da Comissão de Arbitragem, eles têm a autonomia e a responsabilidade de fazer as escalas. Na rodada passada foi uma escala com mais segurança, com oito árbitros da Fifa. Quando chega numa fase decisiva, hoje foram dois jogos das equipes que estão liderando o campeonato, precisa ter um cuidado. No jogo do Palmeiras foi o Bruno Arleu, um árbitro Fifa, experimentado. O Maguielson é do DF e hoje ele apitou a quarta partida no campeonato. Com todo respeito a ele, é pouco nome para um jogo importante. Ele foi escalado para quatro jogos com muito espaço entre um e outro. O que acontece com um árbitro com uma escala tão espaçada assim? Vem para o jogo como se fosse o jogo da vida dele. E para jogo como o de hoje, valendo liderança, tem que ter um árbitro mais experimentado, que o jogador já conhece. É claro que tem que fazer um trabalho de renovação, mas na 28ª rodada, num jogo desse, tem que ter um pouco mais de cuidado. Faltou cuidado, jogos importantes assim tem que ter aquela bola de segurança – avaliou PC.
– Ele teve um critério muito confuso. Acabou roubando a cena. Estava um clima bom e a maneira como ele se portou, como falou com os jogadores, acabou chamando o foco todo para ele. Ele não foi efetivo na comunicação. Faltou autoridade, o domínio mesmo. Ele foi confuso no acréscimo, no fim do jogo foi bem confuso – completou o ex-árbitro, durante o programa “Troca de Passes“, do “SporTV“.
PC Oliveira concordou com a expulsão do meio-campista colombiano Monsalve, do Grêmio, por acertar o rosto de Vitinho, do Botafogo, com o braço, já no fim da partida. Segundo ele, a CBF tem orientado os árbitros para que lances desse tipo sejam punidos com cartão vermelho.
– É uma expulsão muito próxima do critério que foi adotado na semana passada, na expulsão do Carlinhos (do Flamengo, contra o Grêmio). É uma ação no rosto do adversário e fora da disputa da bola. Pode-se achar que foi muito rigoroso, mas foi fora da disputa da bola, e isso traz um peso maior, o jogador precisa ter essa atenção. A atuação do Matheus Candançan na expulsão do Carlinhos foi considerada correta, os árbitros recebem a devolutiva da CBF a cada rodada. A Comissão está recomendando isso em lances fora da disputa da bola. O VAR não tem que entrar, porque o árbitro viu, estava próximo e tomou a decisão. Tem uma valorização, uma encenação do Vitinho, como ocorreu com o Kannemann na semana passada, mas dentro da orientação que receberam, do critério que estão adotando fora da disputa da bola, a expulsão, para mim, é correta. Tem que cobrar é o critério na sequência do campeonato – alertou.
