Peñarol quer se unir a clubes da Argentina para pedir à Conmebol que times brasileiros sejam proibidos de jogarem em casa: ‘Lei não é igual para todos no Brasil’

Peñarol quer se unir a clubes da Argentina para pedir à Conmebol que times brasileiros sejam proibidos de jogarem em casa: ‘Lei não é igual para todos no Brasil’
Reprodução/TV Record

O Peñarol pretende se unir a clubes da Argentina, como Boca Juniors, River Plate, Racing e Lanús, para protestar na Conmebol contra o que considerou “excessivo” o comportamento da Polícia brasileira contra os torcedores uruguaios que promoveram um quebra-quebra no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na última quarta-feira (23/10), antes do jogo contra o Botafogo pela Libertadores-2024.

Em entrevista ao programa “Polideportivo“, do “Canal 12“, neste sábado (26), Evaristo González, membro do conselho diretor do Peñarol, disse que a intenção é unir-se aos argentinos para relatarem “o que já sofreram no Brasil” e pleitear com que clubes brasileiros sejam impedidos de jogarem em casa nas próximas competições da Conmebol.

Não é a primeira vez que isso acontece no Brasil. Acredito que o Peñarol tem que se mexer, junto com clubes da Argentina que viveram situações semelhantes, para ir à Conmebol e propor que o Brasil inteiro tenha uma punição exemplar, ou perca a localidade por dois anos, que vão jogar no Paraguai, ou que realmente o Brasil aprenda uma lição pelo que está acontecendo – disse González.

A vida é o principal, se ir para o Brasil é um risco de vida… – completou.

O dirigente do Peñarol criticou o comportamento das autoridades brasileiras com os torcedores que foram detidos no Recreio, mesmo com as imagens de depredação de quiosques, agressão a ambulantes, enfrentamento a policiais com pedras e pedaços de pau e até ateando fogo em motos. E disse que a Justiça brasileira é “parcial”.

É uma indignação total que o ponto crucial da detenção sejam “falas racistas”. Claro que não estou de acordo, mas não há presos do lado brasileiro. Se tivesse tido 200 ou 300 detidos, que foi o mínimo de pessoas que nos insultaram e nos atacaram, haveria alguma paridade. Mas parece que a lei não é igual para todos no Brasil. Uma coisa são as pessoas que cometeram atos delitivos e estão detidas, tudo bem, terão o peso da lei, e outra muito diferente é tudo que tiveram que viver torcedores e famílias que estavam lá, que nada tinham a ver – disse González.

Foram cerca de 300 delinquentes, porque não eram apenas torcedores do Botafogo, eram de Fluminense, de Flamengo, com paus e armas. A verdade é que ninguém aqui está querendo justificar o que fizeram esses delitivos, mas havia 235 pessoas presas, das quais 25% eram mulheres e crianças, e nos levaram como se fossem os piores. Mas não prenderam nenhum brasileiro – repetiu.

O dirigente do Peñarol assegurou que o clube vai fazer de tudo para que os torcedores do Botafogo recebam um bom tratamento pelas autoridades no jogo de volta na próxima quarta-feira, no Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu.

Não quero que nossa Polícia maltrate os torcedores, jogue gás de pimenta ou coloquem suas vidas em risco, como aconteceu lá [no Brasil]. Não defendemos delinquentes, defendemos o direito de qualquer torcedor de ir ao jogo. Havia crianças, pessoas idosas, que foram cercados, tudo isso planejado pela Polícia. Tivemos sorte de hoje não estarmos lamentando nenhuma morte. Restaram 21 presos. Ontem [sexta} um saiu porque não tinha antecedentes. Os que continuam estão sendo acusados de racismo. A Justiça no Brasil é parcial – criticou.

Fonte: Redação FogãoNET, Canal 12 e El País

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