Nos últimos anos alguns clubes brasileiros têm feito um movimento em direção à criação das chamadas SAF’s (Sociedade Anônima do Futebol), repassando a maior parte das suas ações ligadas ao futebol a investidores. O Botafogo é o exemplo mais recente e já vem sendo comandado pelo empresário americano John Textor. Entretanto, a ideia não é bem vista por todos os cartolas da elite do esporte no país.
Em entrevista à Rádio Transamérica de Curitiba, o presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, revelou que o clube já foi procurado diversas vezes por investidores, mas que as negociações não foram adiante. O mandatário ainda questionou os valores pelos quais outras equipes estão sendo ‘vendidas’ no Brasil, citando o próprio Glorioso como exemplo.
“Nós fomos procurados por vários investidores, vários bancos. Nós somos a noiva mais cobiçada do Brasil, fomos procurados pelos maiores bancos mundiais. Inclusive Itaú/BBA, XP, BTG Pactual. Agora, como que eu vou negociar uma coisa que eu não sei quanto vale? Nós estamos fundamentando o futebol brasileiro na avaliação dos seus valores em cima da idade média“, começou por dizer.
“Os 30 últimos anos foram dominados pelo monopólio da CBF, federações, corrupção e Globo. Como eu vou projetar o futuro em cima de um passado que poderia valer três vezes mais? Pelos valores que falam do Botafogo, foi vendido por valor de jogador. R$ 400 milhões em 5 anos, o Athletico vende isso em jogador. Não sei o tamanho do buraco, mas o Athletico não tem buraco“, complementou.
Com a compra de 90% das ações da SAF do Botafogo, John Textor terá que investir o montante de R$ 400 milhões pelos próximos anos no clube carioca. Segundo o acordo firmado, R$ 150 milhões de imediato e os R$ 250 milhões restantes pelos próximos três anos.