Preparador físico revela ‘coração rasgado’ com saída, conta bastidores do último dia e entende decisão de Textor: ‘Botafogo agora é uma empresa’

Preparador físico revela ‘coração rasgado’ com saída, conta bastidores do último dia e entende decisão de Textor: ‘Botafogo agora é uma empresa’
Vítor Silva/Botafogo

“Mais ou menos não serve”. A frase dita aos jogadores antes do aquecimento fez o preparador físico Edy Carlos Soares conquistar um carinho especial do torcedor do Botafogo, a ponto de seus dizeres terem virado faixa no Estádio Nilton Santos. Demitido ao lado do técnico Enderson Moreira, ele lamentou muito sair do clube, mas disse entender o processo, em live no Instagram da AMIB (Associação das Mídias Independente do Botafogo) na noite deste sábado.

– É um investimento grande, ele (John Textor) tem o direito de montar uma estrutura e fazer o que ele acredita, temos que entender e aceitar. É óbvio que gostaríamos de permanecer, pelo amor ao Botafogo, pelo trabalho. Não posso falar em covardia, foi um negócio, o Botafogo agora é uma empresa. O Botafogo marcou a nossa vida, vou torcer sempre, quem sabe um dia eu possa voltar e seria uma honra. Prefiro pensar dessa forma. O Botafogo precisa de paciência, é um processo de transição complicado, e temos que torcer para que ela seja boa. Não tenho dúvida de que o Botafogo será maior do que já é – afirmou Edy.

– Esperamos que isso iria acontecer, o investidor quer contar com quem ele acredita que tem que contar. Mas do jeito que aconteceu, da forma com aconteceu, não esperávamos. Vejo como um processo normal, não vou ficar lamentando. Foi tão lindo o que a gente viveu, eu ainda quero viver, quem sabe um dia a gente volte – completou.

Edy Carlos contou os bastidores dos últimos dias no Botafogo. Antes mesmo do clássico contra o Fluminense, a notícia dada pelo apresentador André Rizek de que Enderson estava sendo avaliado por Textor mexeu com o ambiente.

– Não fiquei sabendo que seríamos demitidos, mas sim que houve uma matéria na qual um jornalista disse que o Enderson estava sendo avaliado. Nem levamos isso (para o jogo). Somos seres humanos, sentimos, claro. O que falei para os jogadores na rodinha antes do aquecimento é que deveríamos fazer o melhor como sempre fizemos – recordou.

– Depois do jogo fomos para casa, estávamos em dúvida do que iria acontecer, até então sabíamos do que estava acontecendo pelas notícias na internet. Fomos ter certeza de que estaríamos fora no dia seguinte por volta de 13h, mas isso é uma coisa normal no futebol. Eu saí de coração rasgado, foi um dia muito difícil. Mas eu entendo, tem que aceitar, faz parte – completou.

Ainda segundo Edy, apesar de Eduardo Freeland, ex-diretor de futebol, de que a comissão fosse até o Estádio Nilton Santos para conversar com os jogadores, eles decidiram não comparecer para não atrapalhar o foco dos atletas no jogo do próximo domingo, contra o Vasco.

– Freeland até queria que a gente fosse (ao treino). Ficamos chateados não pela demissão, mas porque você começa a ver o grupo que era sensacional, ainda estava em formação, as pessoas no Botafogo eram sensacionais… A gente fica triste por isso, pelo clube que é gigante, pelas pessoas, pelos atletas. Enfim, faz parte. Fica ruim, porque ficaria um clima pesado para os atletas, é ruim, é chato, e eles tinham que trabalhar, viajaram hoje, tem um jogo difícil amanhã de novo, tem que estar focado e olhar para frente – disse Edy.

Convite para a comissão fixa?

Na live com os integrantes da AMIB, Edy Carlos afirmou que não recebeu convite da diretoria para assumir um lugar na comissão fixa permanente do clube. E elogiou os novos profissionais que chegaram com John Textor.

– Não teve nenhum convite. O clube está passando por uma reformulação grande. As pessoas que estão chegando são muito competentes, conheço o Alessandro Brito (novo head scout), foi meu atleta, o André Mazzuco (novo diretor executivo de futebol) foi meu contemporâneo na preparação física, são pessoas muito competentes – frisou.

Assista à live com Edy Carlos:

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Fonte: Redação FogãoNET

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