Presidente campeão em 95, Montenegro diz que invadiria vestiário do Botafogo após derrota para o Grêmio em 2023: ‘Ia sobrar pouca coisa’

Presidente campeão em 95, Montenegro diz que invadiria vestiário do Botafogo após derrota para o Grêmio em 2023: ‘Ia sobrar pouca coisa’
Reprodução/GE

Presidente do Botafogo campeão brasileiro em 1995, Carlos Augusto Montenegro afirmou que, se fosse o mandatário hoje, teria invadido e gritado com os jogadores após a derrota para o Grêmio por 4 a 3, em São Januário, uma das viradas que marcou a derrocada do Glorioso no Brasileirão-2023. O ex-dirigente deu entrevista ao quadro “Abre Aspas”, do “GE”.

Montenegro disse que a derrota para o Palmeiras no Nilton Santos foi o começo da perda do título, mas que a virada sofrida para o Grêmio oito dias depois seria a gota d’água para tomar uma atitude mais drástica se fosse dirigente ainda.

Eu dei graças a Deus de não estar lá dentro em nenhum momento de 2023. Quando acabou o jogo contra o Palmeiras, e nós perdemos o campeonato ali aos 37 minutos do segundo tempo no pênalti perdido do Tiquinho, eu parei, demorei 30 minutos para ir embora. Passou coisa na minha cabeça e senti uma coisa ruim. Começou ali a perda do título. Tem gente que fala um pouco antes, naquele dia que faltou luz (contra o Athletico-PR). Até ali eu estava quieto. Nunca tinha visto o Botafogo jogar tão bem igual àquele primeiro tempo. Fez 3 a 0, mas podia ter feito cinco – recordou.

A gente perde depois para o Vasco na segunda e na quinta tem o jogo contra o Grêmio. Eu pensei comigo mesmo que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Abrimos 3 a 1 e levamos a virada com três gols do Suárez. Nesse jogo eu entraria no vestiário. Nesse jogo ia sobrar pouca coisa no vestiário. Não estava lá. Mas se eu estivesse envolvido com futebol… Você não pode perder duas vezes seguidas ganhando por três e perder de 4 a 3 em uma semana. “Ah, mas acontece”… Não pode. Jogadores iam ouvir. Faltou vergonha na cara. Vocês estão desrespeitando, se estão abalados pelo que aconteceu contra o Palmeiras pede para não jogar. Eu ia fazer o diabo – completou.

Montenegro disse que já explodiu com os jogadores em 1995 mesmo, ano do título histórico do Glorioso de Túlio Maravilha, Wagner, Sergio Manoel & Cia.

Aconteceu em 1995, em um treino antes do jogo contra o Grêmio. Disseram que a gente ia perder o campeonato por causa do meu discurso no vestiário, mas nós vencemos por 3 a 2 no Olímpico. Estava muita fofoca entre os jogadores, muito ciúme do Túlio, muitos jogadores que hoje eu adoro, Sérgio Manoel, Gottardo etc. Começou a rachar o grupo. O Túlio estava com um bônus que ele tinha da Pepsi mais em dia em relação ao resto do elenco. Salário, todo mundo estava atrasado igual. O povo começou a ficar chateado, reclamando do carro que o Túlio tinha. Eu falei 30 minutos antes do treino, pessoal horrorizado olhando para mim. Eu saí e falei que não queria mais ouvi-los. Fiquei andando no gramado de tanta raiva, o Autuori e o Antônio Rodrigues vieram falar comigo. “Presidente, agora você tem de ouvir eles falarem alguma coisa”. “É melhor não, eu falei quase tudo e ainda tem coisa para falar. Se eles falarem qualquer coisa vai dar confusão.” Entrei no vestiário, o Gottardo levantou, mandei ele sentar, falei mais 15 minutos e fui embora. Duas semanas depois dei uma Brasília amarela para o Iranildo, que era a música que ele cantava na época. Mas tem que saber a hora de falar com os caras. Você não pode perder duas de 4 a 3 seguidas. O cara tem que botar o sangue a mais, raiva – lembrou.

Fonte: Redação FogãoNET e GE

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