Presidente da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) afirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira (15/10) que vai aguardar o depoimento de Lucas Paquetá, meia do West Ham, no dia 29 de outubro, para decidir se Luiz Henrique, atacante do Botafogo, será ou não convidado para depor no Senado Federal.
Na semana passada, ao ser questionado pelo jornalista Paulo Vinícius Coelho em entrevista no “UOL”, Kajuru disse que Luiz Henrique seria convocado – e não convidado – a depor no mesmo dia de Paquetá. Agora, achou por bem aguardar por conta das informações que recebeu de que o jogador do Botafogo teria “entrado de gaiato no navio”.
– Conseguimos ontem [segunda] aqui em Brasília intimar o jogador Paquetá. Eu já queria essa semana, mas por causa de sessões semipresenciais voltaremos no dia 29 de outubro. Teremos três reuniões semanais e em cada reunião pelo menos cinco convocados. Temos que entregar pouco antes do Natal o relatório. O Paquetá está intimado, fará por videoconferência. Dependendo do que ele falar, também vamos convocar o jogador Luiz Henrique, que, a princípio, pelas informações que chegaram, o envolvimento dele foi puramente por inocência, jogaram o atleta numa situação em que ele nem estava sabendo o que estava acontecendo – explicou Kajuru.
– Eu não acho justo o Luiz Henrique ser convocado sem antes ouvir o Paquetá, porque quem o envolveu foi o Paquetá. As informações que chegaram à CPI até agora dão conta de que ele entrou como gaiato no navio. Não quero ser injusto. Se ele é da Seleção Brasileira ou não, isso não importa – completou o parlamentar.
Jorge Kajuru também falou sobre a possível ida dos senadores da CPI para ouvir pessoalmente o empresário William Rogatto, que prestou depoimento via videoconferência na semana passada assumindo participar de um vasto esquema de manipulação envolvendo apostas e prometendo entregar documentos e provas.
– O William só não nos recebeu até agora na região do Porto por medo de ser assassinado e por medo de levarmos à Polícia Federal. Não existe isso, não temos poder para prendê-lo lá. Isso é um papel da PF, são três mandados, cabe a ela essa situação. Queríamos o que foi combinado com ele, que ele entregasse as provas que tem, se apresentar pelo menos 30% já vai estar prestando um serviço ao futebol brasileiro. Do contrário, vai ficar como um falastrão – disse Kajuru, mandando um recado:
– Por respeito ao futebol, devemos daqui para a frente na CPI, devidamente acordado com todos os membros, buscar ter materialidade. Chega de depoimento que joga palavras ao vento, que às vezes denuncia pessoas inocentes sem nenhuma prova cabal ou irrefutável. Não é chegar aqui e falar que, na opinião dele, aconteceu algo errado e o resultado foi estranho. Tem que dizer qual foi jogador envolvido, se foi árbitro, corruptor, corrupto…