Presidente da Ferj reproduz em rádio áudio de árbitro confessando ter manipulado jogo; gravação foi entregue por John Textor às autoridades

Presidente da Ferj reproduz em rádio áudio de árbitro confessando ter manipulado jogo; gravação foi entregue por John Textor às autoridades
Reprodução/Cheguei Podcast

O presidente da Ferj, Rubens Lopes, reproduziu, em entrevista ao vivo na “Rádio Tupi” neste sábado (28/12), um áudio de um árbitro não identificado confessando ter atuado na manipulação de um jogo para beneficiar apostadores.

A gravação foi entregue por John Textor, acionista da SAF do Botafogo, às autoridades, quando o empresário disse ter indícios de manipulação e acabou sendo alvo de processos na justiça comum e no STJD.

“Não é brincadeira de criança não, né? Porque para a gente cobrar uma taxa de R$ 1.000, o cara tem que apostar no mínimo mais de R$ 1.000, mais de R$ 1.500, entendeu? Não é grupo para o cara vir apostar R$ 100, R$ 150 não, entendeu? A rapaziada que está com a gente desde o começo ganhou muito dinheiro, muito mesmo, de 15 mil para lá. Porque os caras apostam alto, apostam R$ 3 mil. Ontem os caras tomaram red de R$ 20 mil, cara. Entendeu? Alguns tomaram de 20, outro de 5, outro de 15, outro perdeu 10… Mas também se os caras pegam, os caras arrebentam a boca, arrebentam o ano! Entendeu?”, diz o árbitro no áudio.

“Eu apitei, pô. Apitei. Entendeu? Deixei de ganhar muito dinheiro também. Mas o que eu podia fazer, eu fiz, pô. O que eu podia fazer… Mas… Não é fazer loucura, igual eu não fiz. O cavalo passou selado e eu montei nele. Aos 16 minutos eu dei um pênalti pros caras. Entendeu? Aquele pênalti 50%? Eu dei, pô. Os caras, porra, bateram o pênalti na trave. E depois eu fiquei dando tudo para os caras. O pênalti que eu dei, irmão, foi de agarra agarra dentro da área. Depois ninguém se agarrou mais, irmão, depois não teve mais como. E a bola não quis entrar. Dei oito minutos de acréscimo no segundo tempo!”, diz outro trecho da gravação.

Rubens Lopes afirmou que a gravação foi entregue por ele a John Textor. O presidente da Ferj revelou que casos de manipulação aconteceram em campeonatos sub-20 da quarta divisão do Carioca e também na Série C (quinta divisão) de Profissionais.

– Vocês tomaram conhecimento, o John Textor andou fazendo algumas denúncias. Ele apresentou um áudio em juízo à CPI, fui eu que dei esse áudio a ele e autorizei: “Pode usar e falar que fui eu que te dei”. Procura daqui, procura ali, identificou-se e foi para a delegacia. O delegado pergunta, pergunta, pergunta, e ele só balançava a cabeça, não abriu a boca. O delegado pediu uma quebra de sigilo telefônico e negaram. [É um caso] Terrível – disse Rubinho, que revelou preocupação com o tema:

– Esse é um problema sério que a gente precisa fazer muita campanha. Inserimos no regulamento agora a necessidade de cada clube desenvolver campanhas de esclarecimento para os atletas, para que não façam isso, podem perder sua carreira, com depoimentos de atletas, dirigentes, alertando para esse tipo de comportamento. Vamos ver se todo mundo entra nessa campanha e vão intimidando.

Fonte: Redação FogãoNET e Rádio Tupi

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