O futebol brasileiro vive mais um imbróglio. O São Paulo decidiu acionar o STJD alegando erro de direito do árbitro Paulo Cesar Zanovelli no primeiro gol da vitória do Fluminense por 2 a 0, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.
Na jogada, o árbitro indica lei da vantagem e não apita uma infração de Calleri, Thiago Silva ajeita a bola com a mão e cobra a falta (que não foi marcada), na origem do gol de Kauã Elias. Zanovelli chega a revisar, mas mantém a marcação. O áudio do VAR revela que o juiz disse que não deu falta, apenas vantagem.
Presidente do Fluminense, Mário Bittencourt não crê na anulação do jogo, até por o artigo 85 do CBJD dar prazo de dois dias após a súmula para pedidos de anulação. O São Paulo alega que o áudio do VAR saiu apenas depois.
– Tenho 25 anos de experiência na Justiça Desportiva e posso afirmar que não existe qualquer fato ou fundamento jurídico que justifique essa medida ajuizada pelo São Paulo. O São Paulo não tem razão em seu pedido porque não houve qualquer erro de direito no caso em questão que justifique anulação da partida. Aliás, não houve erro de direito, de fato ou qualquer prejuízo ao São Paulo no referido lance. Para que se anule uma partida por erro de direito, além da comprovação do erro (que não houve neste caso), se faz necessária a interferência direta no resultado, o que também não ocorreu – diz Mário Bittencourt, a “O Globo”
– E se tivesse havido erro de fato, o que também não ocorreu, mesmo assim não se poderia falar em anulação de partida porque erros de fato não constituem fundamento para anulação de partida, fosse assim, toda rodada do campeonato teria jogo anulado pelo Tribunal. E o São Paulo sabe que não tem sentido o pedido que está fazendo, até porque em 2020 tentou a mesma coisa contra o Atlético-MG e não teve sucesso no Tribunal – acrescenta.
O dirigente quer a manutenção do resultado de campo.
– Nós confiamos que o Tribunal não deixará essa medida prosperar e prestigiará o resultado conquistado de forma justa dentro de campo, evitando abrir um precedente perigoso para a estabilidade da competição – concluiu.