Presidente do Vitória critica Corinthians e pede fair play financeiro com ‘limite de gastos’: ‘Aqui é terra sem lei. Por isso temos poucos investidores no Brasil’

Presidente do Vitória critica Corinthians e pede fair play financeiro com ‘limite de gastos’: ‘Aqui é terra sem lei. Por isso temos poucos investidores no Brasil’
Victor Ferreira/EC Vitória

O presidente do Vitória, Fábio Mota, é mais um a falar em fair play financeiro no futebol brasileiro. O dirigente fez uma crítica em especial ao Corinthians, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (18/10) em Salvador e pediu “limite de gastos”. Segundo ele, por conta da falta de regulamentação, poucos investidores estrangeiros vieram para cá.

— [Clubes com] Investimento muito maior, que continuam contratando sem pagar ninguém. Não têm fair play, esse é o problema. Você deu dois exemplos aí. O Corinthians contratou jogador para pagar R$ 3 milhões por mês, brigando com a gente cabeça a cabeça. Enquanto isso não consegue pagar o salário do mês e deve mais de R$ 2,5 bilhões. Esse é o futebol brasileiro. Essa loucura tem que acabar. Tem que ser responsabilizado. Tem que ter fair play. Tudo no Brasil tem lei. No futebol não é assim. Não pode ser assim. Ou muda isso, ou o futebol fica cada vez mais descredenciado. Uma das razões de ter hoje poucos investidores aqui é isso. O cara lá de fora não vê segurança jurídica, porque as decisões aqui mudam do dia para a noite, e não vê clareza, transparência e gestões sérias no futebol brasileiro. Essa é uma das razões de não atrairmos tantos investidores como os outros atraem e transformar em SAF — disse Mota.

— O Brasil não tem fair play, não tem limite de gastos dos clubes. Não sei se alguém viu dirigente de clube preso. Muitos deveriam estar presos. Acabaram com os clubes por aí afora e fica por isso mesmo, e quem assume fica pagando dívida. Isso aqui é uma terra sem lei. O cara aqui assume clube de futebol, pipoca orçamento, larga a bomba lá e quem quiser que resolva. Não existe fair play no Brasil. Não existe limite de gastos. E se você faz uma SAF e encontra qualquer um… Um exemplo é o Vasco da Gama, que fez uma SAF e entregou para qualquer um. Quem assumiu, quebrou o Vasco. O Vasco já voltou a ser associação, e as dívidas ficaram. Não pode entregar clube para qualquer um. Não é o nome SAF simplesmente que resolve. Tem que ver quem é o investidor e suas intenções — completou.

Fábio Mota ainda citou o Botafogo, mas deixou claro que as primeiras SAFs com problemas foram as de Vasco e Cruzeiro, ao falar sobre o processo do Vitória para aderir ao programa de clubes-empresa.

—O Vitória é uma instituição saudável, apertada financeiramente, mas que paga suas obrigações em dia, tem as certidões em dia, paga os seus funcionários e jogadores adiantado. Todo dia é uma guerra para pagar as contas. Diferentemente dos outros clubes. A dívida do Vitória hoje deve ser R$ 180 milhões. Os clubes que fizeram SAF… O Cruzeiro, que devia R$ 1 bilhão e tanto, o Botafogo, R$ 1 bilhão e tanto, Ou fazia a SAF ou fechava as portas. Não é nosso caso, temos que ter calma e paciência para tomar a decisão. O modelo do Fortaleza é um exemplo. Tem que ter paciência. Ou você tem paciência ou vai para o imediatismo, vende para qualquer um, como o Vasco fez. O Cruzeiro vendeu e já está no segundo dono — afirmou o dirigente.

Fonte: Redação FogãoNET

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