O presidente do Peñarol, Ignacio Ruglio, voltou a criticar a Conmebol ainda por conta da confusão – protagonizada por torcedores do seu próprio clube, vale ressaltar – no jogo contra o Botafogo pela Libertadores-2024, que resultou em diversos uruguaios detidos no Rio de Janeiro. E não foi só isso.
Em entrevista ao programa “Minuto 1“, da rádio uruguaia “Carve Deportiva“, diretamente do Paraguai, Ruglio disse que os clubes brasileiros são “beneficiados” pela Conmebol e foi além, citando que casos de racismo – mais especificamente o cometido contra Luighi, do Palmeiras, na Libertadores Sub-20 – se tornam um “drama total”, dando a entender que a entidade não escuta as reclamações de times de outros países.
– O que acontece é que eles [os brasileiros] te matam, fazem o que querem com você, liberam áreas para você, e aí acontece isso, fazem um gesto e já é um drama. Um mínimo gesto, que não deveria ser feito, mas um pequeno gesto feito no Brasil vira um drama. Mas eles liberam áreas para você, te espancam, te deixam lá por quatro meses, as pessoas são detidas lá e nada acontece. E depois, se um torcedor está lá e faz um gesto racial, o que é errado, é um drama total. Então, eles podem fazer qualquer coisa com você no Brasil, é uma zona liberada. Em algum momento vamos começar a reclamar em massa para a Conmebol porque parece que, para o Brasil, todas as leis são independentes – disse Ruglio.
O presidente do Peñarol confirmou que há um movimento de clubes do Uruguai, do Paraguai e da Argentina para que as reclamações contra os brasileiros sejam ouvidas pela Conmebol. O dirigente estará presente no sorteio dos grupos da Libertadores, na noite desta segunda-feira (17/3), na sede da entidade.
– Já fizemos isso. O Flavio [Perchman, vice-presidente do Nacional-URU] me disse que ele estava ligando para alguns presidentes e eu já tinha falado com eles antes, e com todos que tiveram problemas no Brasil. A ideia é formar uma frente unida entre vários clubes, principalmente de Paraguai, Uruguai e Argentina, para começar a reclamar disso estruturalmente e mudar as condições lá – afirmou Nacho Ruglio.