Procurador-geral do STJD, Ronaldo Piacente explicou como está a situação de John Textor, dono da SAF do Botafogo, em relação às denúncias de manipulação no futebol brasileiro e deixou em aberto a possibilidade de, em caso de punição e reincidência por falta de provas, solicitar à Fifa a internacionalização da pena para que o norte-americano seja proibido de atuar como dirigente de futebol em todo o planeta.
– A eliminação é em caso de reincidência, quando o infrator pratica um segundo ato após transitado em julgado no primeiro processo. Havendo a reincidência, vamos requerer a eliminação e também vamos requerer que seja estendido mundialmente através da Fifa. Estamos atentos com isso e, em caso de reincidência, vamos pedir a internacionalização da pena do John Textor e aí ele não poderia mais atuar como dirigente do futebol no mundo inteiro – afirmou Piacente, ao canal “Esporte na Band“, no YouTube.
Ronaldo Piacente voltou a afirmar que, até agora, John Textor não levou nenhuma provas de manipulação ao STJD e disse que o relatório da empresa francesa “Good Game!” não trouxe elementos.
– Até o presente momento, o Sr. John Textor traz somente alegações. Ele alega, coloca o campeonato, a arbitragem e atletas em dúvida, o que é muito complicado, mas não traz prova nenhuma. Ao STJD, ele apresentou apenas um relatório de uma empresa particular que ele contratou para fazer algumas análises. Isso não é prova nenhuma. É uma empresa, de forma subjetiva, estudando alguns lances e ali faz a sua conclusão. Obviamente que a Justiça Desportiva e nenhuma outra Justiça vai ingressar com um inquérito, ou vai processar, com base num documento unilateral que não traz prova de absolutamente nada. A Justiça trabalha com elementos e provas, fatos e provas. Se não tem fatos, provas, não tem como prosseguir. Por isso, o STJD recebeu esse relatório e determinou o arquivamento, por decisão unânime do Pleno, porque não se tinha prova nenhuma – afirmou Piacente, continuando:
– Se ele diz ter provas, ele precisa trazer. Precisa trazer nomes, datas, jogos, dar nome às pessoas. Quem são esses árbitros, assistentes de vídeo que ele fala, quem são os atletas… O que ele está fazendo agora são apenas alegações. E me estranha muito por qual motivo ele não apresenta provas. Eu não estou entendendo qual é o objetivo do sr. John Textor, sinceramente. Quando você faz uma denúncia e tem provas, tem que apresentá-las. Ele não apresentou nem ao STJD, nem ao MP, foi ouvido na Polícia Civil e também não apresentou nada. Não sei onde ele está querendo chegar com isso.
Ronaldo Piacente explicou que um inquérito já foi aberto, a pedido da Procuradoria, para apurar as denúncias de manipulação de resultados no futebol brasileiro. O pedido de abertura de inquérito por John Textor, com base no relatório da “Good Game!”, foi arquivado por unanimidade pelo Pleno do STJD.
Paralelamente a isso, São Paulo e Palmeiras ingressaram com notícias de infração contra John Textor. E o dono da SAF do Botafogo será julgado, no dia 15 de abril, pela 1ª Comissão Disciplinar do STJD por não ter apresentado as provas, podendo resultar em multa e suspensão e, caso de reincidência, banimento.
– O John Textor alega que há manipulação e corrupção de atletas e árbitros. OK. Alega que há um favorecimento para o Palmeiras. OK. Se há, vamos apurar se há. Para apurar, ele precisa me dizer o que tem em mãos, porque o tribunal não tem nada. Se ele não apresentar as provas, os elementos probatórios das comprovações dele, aí se faz uma nova denúncia contra o Sr. John Textor. Agora, há apenas um inquérito para saber se houve manipulação e corrupção – explicou Piacente.