Programa vê discussão importante, mas inócua no Brasil sobre fair play financeiro: ‘Cada clube pede o seu. Quem tem que impor é a CBF’

Programa vê discussão importante, mas inócua no Brasil sobre fair play financeiro: ‘Cada clube pede o seu. Quem tem que impor é a CBF’
Reprodução/ESPN

A implantação de um fair play financeiro no futebol brasileiro voltou a ganhar força nos últimos dias, depois de mais uma entrevista da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e os recentes “calotes” aplicados pelo Corinthians. O programa “Linha de Passe”, da ESPN, debateu longamente o assunto, mas chegou a conclusão que, pela desunião dos clubes, nada vai acontecer.

– É legal que esteja se falando mais sobre isso. Até virar uma ação, aí vai longe, vai demorar muito tempo. Lembra do papo da Liga? Não existe. Só dividiram dois blocos para negociar direitos de TV. Não adianta só discutir o fair play financeiro sem criar um plano de ação para o futebol brasileiro. O futebol brasileiro precisa ser refundado. Não posso criar o fair play à minha moda: “Eu quero que você cumpra o meu”. Quem deveria estar capitaneando isso é a CBF, e a CBF não está nem aí, porque se você for no fair play lá dentro, vai ver quem paga mesada para presidente de federação não é bom exemplo. Se quiserem realmente, todos têm que se unir – afirmou Paulo Calçade.

O comentarista Gian Oddi foi na mesma linha.

– É totalmente errado o que está acontecendo no Brasil, que é os clubes pedirem fair play financeiro. Cada clube pede o seu fair play. O mesmo [John] Textor [dono da SAF do Botafogo] que pediu fair play financeiro para o Bahia se incomoda na hora que o [Rodolfo] Landim [presidente do Flamengo] pede fair play financeiro para o Botafogo. Cada um quer uma coisa. O fair play financeiro tem que ser imposto, e quem tem que impor é a CBF. Temos todo dia alguém aqui pedindo fair play. É claro que John Textor, que contrata quem ele quiser, deseja um fair play de teto de salários, não de contratação com base na receita. Não estou entrando no mérito, é óbvio que todos os temores precisam ser ouvidos, mas clube nenhum vai aceitar ou não aceitar – opinou Oddi, deixando claro que o Botafogo nada faz de errado:

– Eu acho um absurdo que alguém discuta o que o Botafogo está fazendo. O Botafogo está absolutamente dentro das regras do jogo. Esse fair play financeiro que muita gente quer, que é o que existe na Europa, que é o cara despejar um caminhão de dinheiro e sair contratando, não existe isso no Brasil. O Botafogo pode fazer tudo o que está fazendo. Se queremos discutir se isso é certo ou não, é uma outra história.

Vitor Birner, outro comentarista na mesa do programa, considerou o pleito de Leila Pereira justo, mas também disse duvidar que haja uma união dos cartolas sobre o tema e defendeu a existência das SAFs para que haja punições efetivas em caso de irregularidades.

– A Leila pensa assim, de um jeito com o qual concordo, porque não é oriunda do futebol. Quando um clube fica numa situação de falência, o que acontece com essa pessoa? Nada. Quando a Leila for reeleita, não vai encontrar coro. Por que um dirigente do Corinthians vai aceitar isso? Do São Paulo? Uma empresa que poderia ser muito rica quebra e vão procurar as coisas de quem quebrou a empresa. Isso não acontece nos clubes. Por que os cartolas vão querer que isso aconteça? – questionou Birner.

Fonte: Redação FogãoNET e ESPN

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