O jornalista Paulo Vinicius Coelho não concorda com a estratégia do Botafogo para a temporada 2025, na qual deu mais importâncias às competições que iniciam a partir de março, quando começa o Campeonato Brasileiro. Em entrevista ao “Flow Sport Club“, PVC criticou o clube e John Textor.
– Quando o Textor fala “Botafogo Way” é uma bobagem. Ele está querendo enganar quem? Espelho, espelho meu, existe alguém mais esperto do que eu? Ele foi tentar contratar o André Jardine, ele sabia que ia perder o Artur Jorge. Aí ele foi tentar contratar o André Jardine, que não quis ir para o Botafogo. Aí ele conversou com o Roberto Mancini, ele conversou com o Rafa Benítez, ele conversou com o Tite, ele conversou com o Tata Martino. Com o outro Luís Castro, com o Vasco Matos, que estava tudo certo e na última hora eles não quis ir. Não sentiu confiança. Bom, isso tudo aqui à parte, quando o Textor fala Botafogo Way, o Textor nasceu nos Estados Unidos, certo? Qual foi o último campeão da NFL que trocou de técnico? Não tem. Não tem. Qual foi o último campeão inglês, que mudou de técnico? O último time campeão inglês que mudou de técnico? 1935. Qual foi o último campeão italiano? Qual foi o último time campeão italiano que mudou de técnico? 1971. Qual foi o último time campeão espanhol que mudou de técnico no meio da temporada? 1978. Então, cara, o Botafogo Way vai ensinar o mundo que é assim que faz? Qual foi a última vez que você não estudou pro vestibular e passou em primeiro lugar na Universidade Federal? Então, assim, não existe isso. Eu vou pro vestibular sem estudar porcaria nenhuma e vou passar em primeiro lugar. Não. Se você tiver muita sorte, vai passar. Beleza. Mas não vai me dizer que essa é a receita pra fazer. Porque não é – comparou.
PVC acredita que o Botafogo não deveria ter largado o Campeonato Carioca.
– Tem duas frases que eu acho que a gente vai construindo raciocínios equivocados. Na minha opinião. “Ah, o Estadual não é parâmetro”. Tá, mas nos últimos dez Campeonatos Brasileiros, quatro foram vencidos por campeões estaduais. E se você desconsiderar o Botafogo, você diria, nessa altura do ano passado, que nos últimos dez, metade tinha sido vencida no Campeonato Brasileiro por campeões estaduais. Então, não é parâmetro porque nada é parâmetro. O time pode ser campeão estadual e campeão brasileiro, ou pode ser campeão estadual e fracassar na Libertadores, ou pode fracassar no Estadual e ser campeão brasileiro. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A temporada tem… Porque é uma temporada com obstáculos – argumentou.
– Outra coisa que a gente fala. “Ah, o Estadual não tem importância”. O que tem importância é o Flamengo, é o Corinthians. O Corinthians tem, pela primeira vez na história, 28 jogos consecutivos com 40 mil pessoas na arquibancada. É a primeira vez na história. Qual foi o maior público da história do futebol de São Paulo? 138 mil pagantes, 146 mil presentes, Corinthians 1 x 2 Ponte Preta, em 77. Segundo jogo das finais. Volta nos jogos daquela temporada. Corinthians x Ponte, 138 mil, Corinthians x Ponte tinha 90 mil, Corinthians x São Paulo semifinal tinha 90 mil, 100 mil talvez, Corinthians x Portuguesa, que é o jogo anterior, o quarto de trás pra frente, tinha 37 mil no Morumbi, em 77. Então, isso é um dado absolutamente relevante. Por quê? Porque o torcedor do Corinthians vai pro estádio toda quarta e todo domingo pra ver o campeonato estadual? Não, ele vai ver o Corinthians. Ele não tá nem aí se é o Corinthians x Água Santa, se é Corinthians x Barcelona de Guayaquil, se é Corinthians x Flamengo, se é Corinthians x Atlético, se é Corinthians x Palmeiras, o cara vai pra ver o Corinthians. O que é que tem importância então? O Corinthians, o Palmeiras, o São Paulo. Se eu dirijo uma marca do tamanho do Botafogo, que o Textor está ajudando a recuperar, justiça seja feita, a marca Botafogo não pode jogar pra 5 mil pessoas. A marca Botafogo não pode jogar pra 8 mil pessoas. A marca Botafogo tem que meter no mínimo 30 mil no Engenhão, no Nilton Santos. Porque o Botafogo é importante, não é o Estadual – disse PVC.
