O Botafogo havia se posicionado com neutralidade à sucessão de Ednaldo Rodrigues, mas depois assinou a chapa de Samir Xaud, candidato único à presidência da CBF, contrariando a maioria dos clubes das Séries A e B do Brasileirão. O jornalista Paulo Vinícius Coelho questionou a mudança de posição do clube e trouxe bastidores.
No programa “De Primeira“, do “UOL Esporte“, PVC afirmou nesta quarta-feira (21/5) que o Botafogo se aproximou de Brasília devido ao risco de John Textor de ser banido do futebol ainda em virtude das acusações de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2023. Estão na capital federal personagens apontados como fortes no jogo de poder da CBF, como Flavio Zveiter – um dos vices de Xaud – e Gilmar Mendes, ministro do STF.
– No sábado de manhã, Botafogo e Vasco se declararam independentes. O Botafogo disse que se aproximou muito de Brasília em função do processo do Textor de poder ser banido. Essa frase foi dita na reunião da Liga Forte União. O Vasco tem uma questão com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Quem é que deu a liminar para o Vasco retomar o controle da SAF em relação à 777? Qual foi o tribunal do Brasil que deu a liminar, que dá hoje poder ao Vasco no controle da SAF? Foi o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro – disse PVC.
PVC também criticou Leila Pereira, presidente do Palmeiras, único clube da Série A que não assinou um manifesto por mudanças na CBF. Além de Palmeiras e Botafogo, o Vasco também assinou a chapa de Xaud e não apoiou Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista, que não conseguiu registrar candidatura por não ter o apoio mínimo de oito federações.
– A questão sempre, para mim, é que as decisões judiciais têm que ser baseadas em questões jurídicas. E a gente está vendo que tem muitas vezes questões políticas. A Leila Pereira tem todo o direito de dizer que o Palmeiras não tem que ir com a maioria. Não tem mesmo. Agora, quando ela fala que a plataforma de governo do Samir Xaud é mais atraente para os interesses do que ela diz, e o Samir Xaud não consegue explicar o que é fair play financeiro, sendo que a grande plataforma da Leila é o fair play financeiro, então tem uma contradição – criticou PVC.
– Um grupo de clubes, com o perdão da expressão, traiu o movimento dos clubes. Porque se houvesse seis desses dez clubes, os clubes não conseguiriam viabilizar a candidatura do Reinaldo Carneiro Bastos e nem do Samir Xaud. Se CRB, Criciúma, Vasco Botafogo, Palmeiras e mais um tivessem ficado no movimento dos clubes, não viabilizariam nem a candidatura de um lado e nem a candidatura do outro, e aí a gente ia ter um processo de um mês – pontuou o jornalista.