De volta ao Brasil após cobrir o Mundial de Clubes nos Estados Unidos, o jornalista Paulo Vinícius Coelho fez um longo pronunciamento nesta quarta-feira (16/7), no programa “De Primeira“, do “UOL Esporte“, depois de ter sido citado por John Textor na entrevista coletiva de apresentação do técnico Davide Ancelotti, na última segunda.
Textor havia dito lamentar que apenas coisas negativas saíssem da boca de PVC, que havia opinado que eventuais resultados ruins de Davide Ancelotti no Glorioso pudessem impactar negativamente no trabalho do pai, Carlo Ancelotti, na Seleção Brasileira. PVC reforçou as críticas que fez na troca de Renato Paiva pelo italiano.
– Eu entendo, e o torcedor do Botafogo tem todo o direito de pensar diferente, que o técnico que ganhou do PSG perder o emprego dez dias depois… Acho que o Textor foi coerente em algumas coisas que ele falou na coletiva de terça-feira [sic]. Acho que quem conversa, quem sabe do que estou falando, sabe que eu não estou fazendo pauta negativa do Botafogo. Quando ganhou do PSG, eu só elogiei o Botafogo – iniciou PVC.
– Acontece que o Textor, no começo do ano, ficou bravo comigo por uma razão objetiva. Porque quando ele disse que era Botafogo Way e, portanto, não precisava contratar um técnico rapidamente porque no ano passado contratou o técnico mais tarde e deu muito certo, eu falei: “Então não pode ser Botafogo Way”, porque ele é um empresário norte-americano, e no Super Bowl nunca teve um campeão que mudou de técnico na temporada regular, ele tem um clube na Inglaterra e a última vez que um campeão inglês mudou de técnico foi em 1935, porque o técnico morreu. Então, que Botafogo Way é esse? Mas ele tem todo o direito de mudar, o clube é dele – continuou PVC.
– E eu também não digo que o Davide Ancelotti vai dar errado. O que eu disse foi que é arriscado para as três partes. Para o Botafogo, porque contratou um técnico que nunca foi técnico. Para o Davide Ancelotti, que vai dirigir um clube que não pagou salários atrasados por um bom tempo para o Luís Castro, para o Artur Jorge, para o Bruno Lage, para o Renato Paiva… E para o Carlo Ancelotti, porque um resultado eventualmente ruim do Davide pode resvalar no pai. Mas eu não sou dono da verdade, estou dando a minha opinião sobre isso. Não estou dizendo que vai dar errado – prosseguiu.
Na sua fala, PVC ainda criticou o fato de John Textor não ter aprendido a língua portuguesa, ao contrário do que rapidamente fez o treinador Davide Ancelotti.
– Sucesso para o Davide Ancelotti, que aliás demonstrou um respeito e falou sobre isso, sobre chegar ao Brasil falando português, que o Textor jamais teve. Porque o Textor está aqui há três anos e não fala uma palavra de português numa entrevista coletiva. Ele pode falar no hotel onde ele mora, mas na entrevista coletiva ele nunca teve a pachorra de chegar numa coletiva e falar português com a clareza que o Davide Ancelotti falou. E o Davide Ancelotti falou que veio falando português por respeito ao torcedor do Botafogo, à imprensa brasileira, ao povo brasileiro. Eu passei 31 dias nos Estados Unidos falando inglês. No meu país? Não. No meu país eu falo português. Mas é o direito de cada um, cada um pensa de um jeito. Eu penso desta maneira. Respeito quem pensa de outra maneira. Democracia é, sobretudo, quando a gente sabe divergir. Para concordar, não tem diferença ser democrático ou não ser. Eu tento ser democrático. Respeito a opinião alheia, mas manifesto a minha – encerrou, em tom de desabafo.