Em recuperação de lesão, Rafael abriu as portas de sua residência e apresentou a família na Botafogo TV. Em vídeo no quadro “Jogando em Casa“, o lateral-direito confirmou que vai se aposentar no fim da temporada 2024 e se emocionou.
– Vou parar. Hoje não tenho vergonha de falar. Vim para o Botafogo com o sonho de jogar, mas não consegui virar ídolo, virar nada isso. É difícil. Era um sonho, mas não sou um ídolo jogando, não consegui jogar no Botafogo. No ano passado, fiz um começo de Campeonato Brasileiro muito bom, mas só. Machuquei assim que cheguei, o tendão, depois a cabeça, depois o joelho. Depois dessa lesão no joelho, não consigo mais jogar em alto nível. Vou tentar voltar para dar fim no futebol, encerrar minha carreira. Começou de um jeito, tem que terminar. Mas sou muito orgulhoso de ter vestido a camisa do Botafogo. Tomara que busquemos um título esse ano, para eu estar aí. Não joguei muito, mas vou estar aí. Pode ter gente zoando, falando que eu só ajudava no departamento médico, mas sou botafoguense, vou comemorar mais que o pessoal que jogou – destacou Rafael.
O jogador contou como foi o período de recuperação de lesões.
– Hoje tomo remédio de ansiedade, porque foi difícil para mim. Foi logo depois da primeira lesão, eu voltei, não estava conseguindo jogar, comecei a ficar muito mal. Já sou ansioso, ligado no 220. Cara, o Caio [Senise, médico], o Paulo [Ribeiro, psicólogo], o Leandrinho [Oliveira, fisioterapeuta] me ajudaram muito. Sou muito grato a eles. O Fabinho [Azevedo, fisioterapeuta], os fisioterapeutas, sou muito amigo dos roupeiros, o Cesão da cozinha, jogador tem bastante, como o Gatito e o Carli, que chamo de capita. Foi um momento difícil, que lutei, falo chorando, mas não com tristeza. Lesões podiam ter acontecido quando comecei a carreira, não ia ganhar os títulos, tudo que ganhei na minha vida, não ia ter chegado a vestir essa camisa – explicou.
Rafael ainda lembrou como foi a chegada ao Botafogo, que não era um clube estruturado como hoje.
– A gente estava na Série B, foi no final. Eu estava na Turquia, queria vir para o Brasil, queria mudar de lá. Falei “quer saber, eu quero ir para o Botafogo”. Coloquei alguma coisa do Botafogo (nas redes), o Durcesio [Mello, presidente] me ligou, ele e o [diretor de futebol Eduardo] Freeland, se o Botafogo fizer oferta eu vou. O Fluminense fez oferta, o Fortaleza entrou em contato comigo, mas eu estava decidido. Falei com minha esposa que queria jogar no Botafogo. Acabou que me machuquei para caramba, mas eu queria voltar para ajudar o Botafogo – completou Rafael, que vai iniciar curso de gestão da CBF e ainda vai decidir o que fazer após encerrar a carreira de jogador.