Rafael conta pagodes que marcaram sua vida e recorda títulos do Botafogo em 2024: ‘A recompensa veio’

Rafael, ex-Botafogo
YouTube/Cavaco Futebol Clube

Ex-jogador do Botafogo, Rafael participou de vídeo do canal “Cavaco Futebol Clube”, do jornalista Guido Nunes, falou sobre a carreira, clubes, pagode e música de forma geral. Ao lado do cavaquinista Toninho Branco (botafoguense), do BokaLoka, o ex-lateral contou como o gênero foi importante em sua carreira.

– O pagode é minha vida. Eu joguei muito tempo lá fora, né, quando eu fui para a Inglaterra eu ia escutando pagode para o jogo para tirar aquela tensão, para desestressar, para lembrar do Brasil, dos tempos que eu jogava lá em Xerém, no Fluminense. Eu fico arrepiado, porque é uma parada muito mágica. A música é uma parada muito mágica, e eu sou apaixonado por pagode. Eu estou lembrando aqui quando eu estava tenso, meu primeiro jogo, o pagode vai dando aquela aliviada. Eu botava música que os jovens de hoje talvez não conheçam, mas que vai relaxando e vai te deixando mais concentrado, mais aliviado. Era maravilhoso. Ouvia BokaLoka, Sorriso Maroto, Pixote, Swing & Simpatia, Revelação, e tinha mais – disse Rafael.

Hoje comentarista, Rafael elegeu as músicas que marcaram sua vida em cada clube. Leia abaixo:

Fluminense

– Na base do Fluminense, eu vou botar a música do Pixote “Já é Madrugada”, que foi quando eu conheci minha esposa. Eu a conheci bem antes, com 12 anos, depois a gente se reencontrou. “Foi tão gostoso te reencontrar. Depois de tanto tempo sem te ver. Será que rola alguma coisa no ar? No ar”. Eu vou falar aqui, ela vai ficar toda feliz, mas é a verdade, tá? Meu amor, essa música é pra você, é nossa música, você sabe, né? Porque se não fosse a Carla, cara, eu sou muito honesto nisso, eu não sei o que seria da minha vida. Eu sou um cara muito explosivo, muito para a frente, sabe? E ela é muito calma. Ela é totalmente o contrário de mim. Então assim, ela me ajudou muito. Eu comecei a beber tarde, já tinha uns 22, 23 anos. Mas de qualquer maneira, se eu fosse solteiro, eu acho que talvez eu podia ter caído em várias outras coisas, me perder muito mais. Então assim, eu agradeço muito ela. A Deus, claro, mas agradeço muito a ela por tudo que ela fez por mim, por tudo que ela aguentou. Porque eu era um cara muito brucutu, sabe? Quando eu era novo. Então, essa música faz parte da nossa vida, é a música da nossa vida.

Manchester United

– No Manchester, eu escutei muito pagode. Vou falar aquela do Revelação (“Tá Escrito”). Essa música também eu escutava muito, fez parte da minha carreira. “Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé”. E é muito motivacional, né, cara? “Manda essa tristeza embora”. Essas músicas fazem a gente se motivar. E essa música eu escutava direto. E é uma coisa engraçada, porque eu escutei essa música uma vez, antes de um jogo, e quando tu vai bem… Eu sou botafoguense, cara. Eu sou muito supersticioso, cara. Aí todos os jogos você vai escutando. Botafoguense é um problema sério, tem essa superstição. Então eu escutava essa música toda. “Erga essa cabeça, mete o pé e vá na fé. Manda essa tristeza embora. Basta acreditar que o novo dia vai raiar, sua hora vai chegar”.

Lyon

– Em 2015 eu fui para a França, para o Lyon. Aí eu vou ser, Lyon foi o lugar em que eu menos escutei pagode. Por quê? Eu vou te explicar. Eu tive uma dificuldade muito grande de me adaptar na língua. Porque eu fiquei tanto tempo na Inglaterra. E aí, às vezes, eu estava transferindo do inglês para francês. E é muito mais fácil transferir do português para francês. Porque é mais parecido. Eu comecei a escutar música francesa. Para pegar, viver a cultura ali. Tem várias músicas francesas que tocam até hoje. Eu gostava muito para aprender, entendeu? Eu fazia até as aulas lá, francês, mas eu tentava pegar na música. Eu comecei a falar francês mais escutando música, me ajudou muito. Tem uma música que, na verdade, tocava muito na França. Cara, é Raphaël, o nome da música, da Carla Bruni. E eu comecei a cantar muito essa música.

Basaksehir

– Na Turquia eu escutei muito Sorriso Maroto. Tem muita música. Eu sou ruim de memória. Gostava de “A Primeira Namorada”.

Botafogo

– Aí eu vim para o Botafogo, teve aquela música que a torcida fez, paródia de “Coração Partido”. No vestiário a gente cantava muito essa música. “Eu sou Botafogo e nunca te abandono”. O pessoal do Botafogo cantou muito essa música. Muito. Eu escutei muito essa música. E quando eu escuto essa música, sem ser no ritmo do Botafogo, eu acho ela maravilhosa, pô. Entendeu? É de quem essa música? (Alejandro Sanz). Ah, eles só transformaram, eles (Menos é Mais) cantam como pagode. Toca muito na rádio essa música.

Rafael ainda recordou os títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024.

– Minha esposa falou uma coisa para mim no final do ano, que é muito bonita. Ela falou que Deus fez tudo certinho, como tem que ser. Porque em 2023 a gente ficou muito, sabe, os botafoguenses estavam muito ali em cima. E aquilo ali, aquele baque, foi para ser assim. “Em 2024, vocês fiquem tranquilos, eu vou dar. Mas vocês vão aprender com tudo o que vocês viveram em 2023”. Minha esposa falou isso para mim, eu acho muito bonito. Ela falou assim… “Ele vai dar uma recompensa para vocês. Porque vocês merecem, o torcedor merece”. Porque em 2023 o torcedor do Botafogo sofreu muito, né, cara? Eu acho que 2023 serviu muito para a gente aprender. E 2024 foi aquele… “a gente ganhou agora”. “Eu dei pra vocês. Vocês mereceram por tudo que vocês sofreram”. Eu acredito muito em Deus. Então, sofremos para aprender, mas a recompensa vem lá na frente – declarou.

– Depois de tudo que o Botafogo sofreu nesses 20 anos, sei lá, 25 anos, 2023 foi uma coisa bizarra, porque estava muito na frente, pô. Esse 2024 lavou a alma.Todo mundo ficou de alma lavada. Quando tu fala assim, campeão da Libertadores, campeão do Brasileiro, eu não me considero como jogador, mas como torcedor. Porque às vezes o pessoal que vai assistir fala “esse cara nem jogou”. Eu sei disso, rapaziada. Eu sei que eu não joguei, mas eu sou torcedor do Botafogo. Eu não joguei, cara. E eu concordo. Mas estou comemorando como torcedor – prosseguiu Rafael, antes de escolher um jogo marcante na carreira.

– E o jogo é mole de falar, né? O da Libertadores, eu estava lá… Irmão, nos 10 minutos finais, sério, que espetáculo que a torcida do Botafogo fez também, né? Vamos falar a verdade, é sobre o torcedor, mas vamos falar da torcida também que, irmão, os caras foram no estádio, lotaram o estádio, cantaram, o time estava com menos um, eu escutava só o Botafogo. Irmão, era loucura, ainda mais depois do primeiro gol. O único momento que eu escutei a torcida do Atlético foi quando eles fizeram o gol, cinco minutos depois, eles cantaram. Depois, esquece, pô. Só a torcida do Botafogo cantou. Foi loucura. Minha esposa foi, minha família foi, meu irmão foi, na rua só tinha botafoguense. Eu acho que nem todos os botafoguenses que estavam lá entraram no estádio. Porque tinham muitos. A minha esposa falou que tinha, tipo assim, dez botafoguenses para cada atleticano. Era surreal, era surreal. Então, esse jogo ficou marcado, com certeza, cara – concluiu.

Veja o vídeo abaixo:

Fonte: Redação FogãoNET e Cavaco Futebol Clube

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