O técnico Renato Paiva deu uma longa resposta para analisar a atuação do Botafogo na vitória sobre o Juventude por 2 a 0 neste sábado (5/4), no Estádio Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro. O treinador admitiu que o início não foi bom, mas que a equipe foi crescendo ao longo da partida e mostrou evolução, apesar de apontar aspectos a melhorar.
– É um jogo daqueles em que a equipe vai crescendo, não entrou bem no jogo, de fato, a equipe entrou mal, eu também entendo e disse aos jogadores que o mais importante neste momento é preocupar-nos em ganhar, obviamente em pôr o nosso jogo em prática, mas quando não conseguirmos, como eu costumo dizer, quando não vai no talento, vai no querer, vai na personalidade e vai na raça. A equipe percebeu-se que não entrou bem no jogo, mas também não se desesperou, esperou pelo momento de estabilizar, de entender, uma ou outra movimentação na nossa pressão que falhou, permitiu que o Juventude tivesse mais bola, e fomos acertando, os jogadores foram acreditando e fomos começando a ganhar bolas na pressão, fomos começando a circular um bocadinho com mais paciência… – iniciou Paiva.
– A exemplo do que aconteceu no Chile, a nossa circulação não está ao nível do que eu quero. Acho que a circulação, quando nós não podemos acelerar, não temos que acelerar, eu entendo a vontade dos jogadores em chegar rápido ao gol, mas nós temos que encontrar o momento e o espaço para chegarmos ao gol, e às vezes queremos entrar em zonas onde não é possível e onde não temos vantagem, essa vantagem só se ganha quando circulamos a bola com paciência, com critério, movendo o bloco adversário por dentro, por fora, a bola entrar por dentro para fazer saltar os jogadores, e na largura para fazer movimentá-los horizontalmente, e até isso foi melhorando.
– Acabamos por fazer o gol, num momento em que não estávamos tão bem no jogo, e o gol tem outra correção em relação ao Chile: mais gente na área, mais gente a atacar espaços, mais gente a ser agressivo na área, só assim é que você consegue fazer gol, e depois no intervalo de fato houve correções posicionais. Estávamos abrindo espaços que permitia que o Juventude circulasse mais a bola, mais tempo do que aquilo que nós queríamos, estávamos saltando na pressão em momentos errados, diferentes, nos descoordenamos aí, mas começamos a melhorar na posse, na construção, na circulação, a ter mais critério e ter mais paciência.
– Outra coisa em que nós temos que melhorar também, que eu percebo que às vezes, e o John faz isso muito bem, entendo quando pode sair apoiado e quando não pode, mas eu acho que há momentos em que a gente pode sair mais vezes, estamos abusando muito da bola longa. Apesar do Igor ser um campeão, não só da Libertadores e da Série A, mas um campeão jogando, no trabalho de segurar bolas, de bolas pelo ar, aquilo que ele ajuda a equipe, sendo como a saída de emergência da nossa fase de construção, mas creio que ainda podemos melhorar nisso. Nosso segundo gol é um exemplo disso, é uma jogada que começa lá atrás, vai jogando da forma como eu gosto e quero, quando é possível se fazer, que é eliminar adversários através das superioridades numéricas, e progredir em velocidade gerando e continuando a gerar superioridades numéricas até chegar com vantagem à área, e depois definir bem.
– Outra coisa que hoje nós tivemos melhor que no Chile e contra o Palmeiras foi a definição, o último passe, mas também teve a ver com a ocupação mais massiva de zonas de finalização. Portanto, estamos em crescimento, a verdade é essa, não há tempo para isso, mas nós temos que crescer jogando, é isso que estamos fazendo, não fizemos uma exibição que me deixe mega satisfeito, mas fizemos uma exibição de… foi em crescendo, de menos a mais, e ganhamos, e isso para já é o mais importante: é ganhar, porque as coisas depois com o seu tempo surgirão – concluiu.