O Botafogo começa para valer a temporada 2025 neste domingo (30/3), contra o Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro. Três dias depois, tem estreia na Libertadores contra a Universidad de Chile, em Santiago. Serão 19 jogos num intervalo de apenas 63 dias. O técnico Renato Paiva admitiu que o time ainda não está “100%” pronto para a maratona e disse que o planejamento será essencial.
– Não sei, fizemos 16 treinos, dois jogos-treino interessantes, estamos bem, mas não a 100%. Há treinador novo sem mudanças radicais mas com conceitos próprios, estamos já preparando o jogo com o Palmeiras do ponto de vista estratégico, mas é isso: depois do jogo é chegar ao Rio na mesma noite, no dia seguinte de manhã viajar para o Chile [para jogar com a Universidad pela Libertadores] e assim sucessivamente, com jogos de três em três dias. Dessa forma, temos de trabalhar muito com vídeos explicativos, porque no campo é só a passo. O Brasil é um mestrado e doutorado mas com a mão na massa, gestão de logística, gestão de cargas, gestão de grupo, tudo planejado ao milímetro, ao segundo, quanto tempo do aeroporto ao hotel, do hotel ao treino, a palavra-chave é planejamento – disse ao jornal português “A Bola“.
Na longa entrevista, veiculada nesta sexta-feira (28/3), Paiva ressaltou a veia competitiva dos jogadores alvinegros, um pouco machucados pelo começo ruim de temporada, mas longe de estar satisfeitos com os títulos conquistados em 2024.
– O perfil deste grupo é de não entrar em euforias, é um grupo trabalhador, não houve um treino, em 16 que dei, em que tivesse de intervir para melhorar a atitude, não, aqui é tudo a mil e eles acabam o treino e ainda vão fazer ginásio. Já as supercopas e o estadual perdido, aí sim, deixam mossa [expressão muito usada em Portugal que significa “sinal deixado por uma pancada”], por isso tentamos fazer uma ponte no tempo entre a Libertadores e o nosso primeiro treino, embora a realidade pelo meio tenha sido importante para tirar ilações e aprender lições. Em resumo, encontrei um grupo sedento que não está contente com o que ganhou – pontuou.
Renato Paiva contou também que conversou com seu antecessor no cargo, Artur Jorge, para desfazer qualquer mal entendido.
– Falamos por mensagem, até porque se fez um barulho desnecessário quando eu respondi que tinha 250 mensagens no celular e me perguntaram depois se alguma era do Artur e eu disse que não. Por isso, tive o cuidado de lhe ligar e dizer que não havia polêmica nenhuma, até porque ele não tinha obrigação nenhuma de mandar mensagem e porque fomos colegas de turma no Uefa Pro e temos boa relação. Ele disse que estava tudo tranquilo, que tinha orgulho de eu ser o sucessor dele e trocamos ideias rápidas – revelou.