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Renato Paiva credita desconfiança inicial no Botafogo à ‘passagem anterior no Bahia’ e à falta de tempo para treinar: ‘Trabalho vai de menos a mais com jogos’

Por: FogãoNET

- Atualizado em

Renato Paiva credita desconfiança inicial no Botafogo à ‘passagem anterior no Bahia’ e à falta de tempo para treinar: ‘Trabalho vai de menos a mais com jogos’
Vítor Silva/Botafogo

Renato Paiva chegou ao Botafogo em 2025 convivendo com a desconfiança, sobretudo com os resultados iniciais. O treinador vem dando a volta por cima e obteve as classificações na Copa do Brasil e na Libertadores. Em entrevista ao programa “Seleção SporTV” nesta quinta-feira (29/5), ele disse que a primeira análise feita foi natural.

A questão da desconfiança era normal, porque devido ao meu anterior trabalho no Brasil, o anterior trabalho no Bahia, de fato, foi um trabalho que eu acho que não foi mau, eu acho que teve altos e baixos, teve pontos positivos, mas eu acho que esta questão de avaliarmos a pessoa, o homem, é sempre o homem e o seu contexto. Se nós olharmos para a realidade do Bahia, é incomparável para a realidade do Botafogo, quando chego a uma e quando chego a outra – iniciou Renato Paiva.

Quando chego ao Bahia era o ano zero do Grupo City, nós fizemos 25 contratações, as contratações foram chegando para além da pré-temporada, e a verdade é que se olharmos hoje para o elenco do Bahia, a maior parte deles já não estão lá, e no 11 inicial estão para aí dois ou três. É porque alguma coisa teve que mudar também, não só o treinador, e isto não é querer obviamente isentar-me de culpas, porque nós temos sempre culpas, obviamente, mas é uma realidade diferente e tu não podes medir, ou não deves medir, na minha opinião, este treinador nestas condições, num treinador que chega a uma realidade de equipe que ganha dois títulos pesadíssimos e que tem um elenco já, apesar das 14 saídas, tem um elenco ali, pelo menos a coluna vertebral está colocada. Portanto, a análise é assim um bocadinho feita, “ah, porque no Bahia não funcionou bem, não ganhou”, e nós até acabámos por ganhar o Estadual que não se ganhava há três anos, igualamos a melhor campanha na Copa do Brasil, sendo eliminados nas quartas pelo Grémio nos pênaltis. Se chegássemos às semifinais, era a melhor série do Bahia na Copa do Brasil. Portanto, é um bocadinho esta desconfiança, cabe agora o tempo, como bem dizes, dar a resposta nestas condições no Botafogo – explicou.

No Botafogo, Renato Paiva considera que a falta de tempo para treinar, após o primeiro mês, influenciou no desempenho, que vem melhorando a cada jogo.

Obviamente que os começos são difíceis e exigem tempo. Sei que pedir tempo no futebol é algo muito complicado, porque não há paciência. Aliás, na sociedade já não há paciência, e quanto mais no futebol. E é um começo em que, de fato, ainda por cima tivemos essa benesse de ter mais ou menos quatro semanas para treinar e para conhecer melhor a equipe. Isso ajudou-nos um bocadinho a implementar algumas ideias. A questão é que eu tenho um defeito, que acho que é uma virtude. E estão aqui dois craques (Paulo Nunes e Felipe Melo) que também entendem isso. Eu valorizo bastante o treino. O momento do treino. E o momento do treino é onde tu, de fato, cresces como jogador. É ali que tu repetes. O treino serve para repetir e repetir e repetir. Errar sem consequências graves. Aí tu podes errar. É onde tu és corrigido. E eu acho que é aí verdadeiramente onde os jogadores evoluem. E para mim o grande problema do futebol brasileiro, hoje em dia, para mim é que não consegue desenvolver o jogador brasileiro, quem joga aqui mais e melhor, porque o jogador não treina, só joga. Isto faz lembrar o tempo da faculdade. Nós íamos às aulas, mas depois havia o teste. E o teste é o jogo. O jogo, tu tens ali condições diferentes no treino, mas tu vais aplicar no jogo aquilo que treinas normalmente durante normalmente uma semana ou três, quatro, cinco treinos. Aqui só recuperas. E paga muito. Paga o espetáculo, porque o espetáculo vai caindo normalmente de qualidade. Os jogadores não desenvolvem. E eu acho que é um problema, para mim, no desenvolvimento individual do jogador, porque ele precisa de treinar muito. E nós não treinamos – analisou.

Então, fica este problema de que, de fato, treinamos no início, mas depois tu não vais regando a planta e pondo água sempre. A planta vai acabar por murchar, e acho que a qualidade dos jogos vai acabar por baixar, com algumas exceções. As lesões vão-se multiplicar. E por aí fora. É um tema já muito falado aqui no Brasil, e isto não é uma crítica, é uma constatação da realidade. Se fosse crítica, eu não tinha vindo, não tinha aceito voltar para o Brasil. Portanto, eu acho que somos um bocadinho, nós também, vítimas do não treinar, e o começo foi este. Foi depois em andamento, com algumas lesões, com alguns jogadores que se adaptaram, ou se foram adaptando, de contratações ao clube e à nossa forma de trabalhar, e aos próprios colegas. E foi, e acaba por ser, eu acho que um trabalho de menos a mais, que vai crescendo aos poucos, com alguma estabilidade, e agora com os jogadores que, como não treinam, vão crescendo em competição. Quando dizem que o Artur melhorou, o Igor melhorou, ainda mais, e outros, é por causa do jogo. O jogo é que tem potencializado esse crescimento, só que para mim é um crescimento insuficiente. Poderia ser o jogo, acompanhado com o meu valor central – acrescentou.

O treinador tem na ponta da língua o que o Botafogo ainda precisa evoluir.

Tem um aspecto positivo e um aspecto negativo, que acho que é claro. Jogar fora tem sido complicado para nós, tem sido difícil. Estamos a tentar perceber o porquê, corrigir essa situação, mas, de fato, na Série A, no Brasileirão, não é só não ganhar fora como também não marcar gol. Numa equipe que propõe, que tenta criar situações de finalização, é algo que nos tem incomodado. Depois, em casa, temos sido, de fato, muito efetivos. Temos somente o empate do São Paulo num jogo que, na minha opinião, poderíamos ter ganho. E este desequilíbrio tem que se equilibrar, se é que nós queremos lutar pelo título da Série A – alertou.

Fonte: Redação FogãoNET e SporTV

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