Renato Paiva o último técnico a vencer o PSG. Afinal, o português comandou o Botafogo na vitória por 1 a 0 sobre o adversário na fase de grupos do Super Mundial de Clubes. Em texto publicado em “O Globo”, ele contou sua estratégia e deu dicas ao Chelsea para a decisão.
– Se eu fosse o técnico do Chelsea, tentaria fechar o corredor central contra o Paris Saint-Germain. Quando você fecha essa zona, consegue neutralizar as principais peças do time. Os motores do jogo do PSG estão ali no meio. Quem joga pelos lados são jogadores rápidos, virtuosos, muito talentosos, mas são finalizadores de jogadas. A construção acontece no centro, com aquela saída a três e os meias se movimentando por dentro – explicou Paiva.
Foi isso que orientei no Botafogo. Proibi meus jogadores, literalmente, de fazer perseguições individuais. Disse que quem fizesse isso seria substituído no minuto seguinte. Mostramos em vídeo como o PSG reage quando se vê marcado individualmente: trocam de posição, o extremo entra, o meia sai, o lateral sobe… E aí o adversário se perde, cria-se um vazio imenso na defesa. O que eu pedi foi o contrário: manter a zona, defender coletivamente, e só fazer marcação individual quando o jogador entra na sua área de atuação. Se ele sair, passa a responsabilidade para o colega. Essa foi a essência da nossa estratégia – revelou.
Renato Paiva acredita que deixou o PSG desconfortável e usou como exemplo que o time francês fez 31 cruzamentos, quando sua média é de apenas 11. Além disso, afirmou que pediu aos jogadores para evitarem tomar a iniciativa defensiva no um contra um, para não serem driblados.
O treinador acredita que o jogo não é o melhor da sua carreira, apesar da repercussão.
– Em termos de peso midiático, esse foi o maior jogo da minha carreira. Campeão da Libertadores contra campeão da Champions. Mas não diria que foi o melhor. Tenho jogos no Equador, finais em que fomos campeões, que guardo com muito carinho e que, tecnicamente, foram muito fortes da nossa parte. Mas o jogo contra o PSG tem esse valor simbólico e tático – ponderou.
– O que ficou não foi um título. Mas vencemos o campeão europeu, avançamos no grupo da morte, e mostramos ao continente que o Botafogo não foi aos Estados Unidos a passeio. Saímos do Brasil desacreditados, ouvindo que íamos ser goleados. Voltamos com uma vitória histórica – completou.