Renato Paiva chegou ao Botafogo com histórico de entreveros com a imprensa pela sua passagem no Bahia, mas até aqui o treinador tem mostrado muito bom humor nas entrevistas. Após a vitória sobre o Novorizontino em amistoso neste sábado, o português foi questionado se o time já estava ganhando sua cara, e ele respondeu com risadas:
– Espero que nunca tenha a cara do Paiva, que é feia (risos). Espero que tenha as ideias do treinador em cima daquilo que eles já têm. E hoje houve coisas dessas. Não foi uma exibição constante, houve alternâncias de qualidade, melhor, pior, mas há coisas que estamos querendo acrescentar hoje ao jogo que eles têm que nós já vimos, e isso me deixa satisfeito.
Depois, Renato Paiva se aprofundou sobre o que encontrou de mais positivo e de mais negativo na atuação no Estádio Nilton Santos, o último teste antes da estreia no Campeonato Brasileiro. Segundo ele, a saída de jogo desde a defesa precisa de ajustes, algo normal em se tratando de preparação, sobre quando deve ser executada ou não.
– Em relação à construção, tivemos momentos interessantes e tivemos momentos em que não percebemos ainda, o que é normal, quando é que tu tens que jogar mais curto e quando é que tu tens que jogar mais longo. E as pessoas fazem muita confusão que quando se sai a jogar por trás, ou se sai a jogar apoiado com o goleiro e com os zagueiros, que temos sempre que jogar curto e que temos sempre que fazer 15 passes. Não! Nós temos que jogar em função do posicionamento do adversário.
– E temos que perceber, quando começarmos a mexer a bola atrás, a mover a bola atrás, se de fato dá para jogar numa primeira linha, numa segunda linha, ou se tens que jogar mais largo. E aí a percepção ainda não foi aquela ideal. Quando eles perceberam isso, nós conseguimos sair jogando bem curto e largo também. Mas foi nos momentos em que eles perceberam e não foi durante o jogo todo – explicou.
Paiva admitiu também a dificuldade de furar a defesa do Novorizontino, que entrou em campo com um esquema de três zagueiros, mas elogiou a pressão na defesa adversária.
– Na parte da criação, não é fácil jogar contra uma linha de cinco. Nunca foi e nunca será. Ainda por cima, uma linha de cinco que caça muito os teus jogadores que jogam entre linhas. E o jogo posicional é muito disto, de diferentes alturas e de jogo entre linhas, e tu estás sempre caçado. Mas depois, quando tu estás caçado, há espaços por outro lado. E essa percepção também eles foram tendo ao longo do jogo, porque eu acho que a equipa foi melhorando ao longo do jogo na percepção e nas correções que nós fizemos – iniciou.
– Na pressão alta e na reação à perda, acho que é a parte melhor do jogo. Enquanto a equipe fisicamente esteve bem, acho que é a parte melhor do jogo a nível da exibição. A compactação das linhas, o bloco estar junto, ganhamos muitas bolas que os adversários, por um mau passe ou por um mau controle, por não estarmos perto, inclusive temos gols ganhando a bola e recuperando a bola mais à frente. E já não é a primeira vez, já que contra o Cruzeiro tinha acontecido. Isto é um bocadinho daquilo que nós queremos – finalizou.