Um dos predicados de Renato Paiva para ter sido escolhido por John Textor para treinar o Botafogo foi o olhar para as categorias de base. O novo treinador vem focando na intertemporada com o grupo principal, claro, e valorizou a chance dada a alguns jovens de treinarem com o elenco. Segundo ele, o Glorioso só irá buscar reforços se não os meninos não derem resposta.
– Estavam e estão aqui alguns miúdos trabalhando conosco, entretanto começou o campeonato sub-20 e eles começaram a jogar também, porque precisam competir. Nós com o tempo vamos vendo, com o tempo vamos olhar para essa área também, porque o Botafogo precisa de fato, não só buscar fora, porque foi buscar um treinador que olhe sempre primeiro para dentro, sempre olhem primeiro para dentro. Só vou buscar fora se não houver [aqui dentro] – disse.
Renato Paiva destacou o centroavante Kayke, que fez um dos gols da vitória do Botafogo sobre o América-MG nesta semana pelo Brasileiro Sub-20, e disse que os pontas que estavam treinando ainda estão “verdinhos”.
– Todos se destacaram. Gosto muito do Kayke, é um miúdo, um 9 muito interessante, os outros miúdos pontas têm muita qualidade técnica, mas ainda estão muito verdinhos e portanto precisam ter este intercâmbio entre jogar e treinar conosco quando for possível, até porque quando arrancar a loucura deste calendário nós não vamos ter muito tempo para treinar e vamos precisar deles, e aí é o tempo em que vamos observá-los melhor e moldá-los melhor – analisou.
Renato Paiva lamentou ainda não ter tido tempo para se integrar com os profissionais que trabalham na base, já que o foco total está em preparar o Botafogo para o começo do Campeonato Brasileiro e da Libertadores.
– Eu gostaria de ter tempo até para dormir e não consigo, muito menos para ter contato com a base. Gostei que o clube tivesse olhado para mim na perspectiva de um dia nos sentar com a base e com os coordenadores, com os treinadores. Eu terei todo o gosto em fazer isso, porque já o fiz no Del Valle. Foi uma chegada relâmpago, são 14 treinos, às vezes dupla sessão, reuniões individuais com os jogadores… Não posso trabalhar com um jogador se não conhecê-lo bem, pelo menos num primeiro impacto, e não é só a nível profissional, é a nível pessoal também. Eu tenho que conhecer os jogadores da ponta dos cabelos à unha dos pés, é muito importante isso para mim, para eu depois saber como atuar com eles, dentro e fora do campo, e o que esperar deles, colocar neles metas e objetivos para também os responsabilizar – ressaltou.