A possibilidade de o Botafogo perder jogadores importantes, como Jair, Cuiabano e Igor Jesus no segundo semestre de 2025 não estressa Renato Paiva. O técnico evita se preocupar e enxerga a situação por todos os lados, como o do clube e o dos atletas.
– Olha, meu querido, eu gostaria de te responder porque, de fato, não sei quem vai sair, porque não há nada confirmado, e também não sei quem vai entrar. Fala-se de nomes, é um fato. Eu olho para este tema da seguinte forma, como eu já disse esta semana. Há, para aí, três, quatro treinadores no mundo que se podem orgulhar de não ter que vender e de dizer não a propostas de US$ 100 milhões. O resto da realidade, todos os treinadores do mundo têm que estar preparados para perder jogadores. Ponto. Se há jogadores que vão sair, significa que nós fizemos um bom trabalho aqui com eles. Que desenvolvemos potencial, que é uma coisa que eu fiz sempre por onde passei. Desenvolver potencial, por os jogadores a jogar cada vez melhor e a equipe igualmente. É uma das funções do treinador desenvolver talento para depois gerar rendimento desportivo e financeiro. E se eles saírem, muitas das vezes, ficarei feliz por eles… Porque muitas das vezes, normalmente o torcedor carrega o ódio todo em cima de quem vende, dizendo “não pode vender, não tem que vender”, mas esquecem-se da vontade do jogador. Que dá passos, se calhar, para uma Europa, se calhar dá passos para melhorar financeiramente. E isso não há como segurar. Porque eu prefiro não ter o jogador aqui contrariado. Isso eu não quero. O jogador contrariado eu não quero. Então, se aparecerem as propostas, se forem boas para o jogador, para o clube, se decidirem sair, paciência – afirmou Paiva, que fez um adendo.
– O segredo disto é saber substituir. E nesse aspecto, o scout do Botafogo, como eu digo, é à prova de bala. Dá-me o seu histórico. Não é infalível, como não há nenhum. Mas o seu histórico é de muito boas contratações, muito boas reposições. Sai o A, tem que entrar um A mais, se for possível. Melhorar o A que saiu. Esse é que é o nosso desafio. E depois, quando eles chegarem, o tempo e o trabalho suficiente sejam de qualidade para que eles rapidamente tenham entrosamento enquanto equipe e possam voltar a por o Botafogo a performar e a lutar pelas competições – declarou.
O treinador foi perguntado sobre a utilização de jogadores da base, lembrando que o Botafogo foi campeão da Copa Rio sub-20 no último fim de semana. Eles começaram a trabalhar conosco.
– O Yarlen, o Rafael Lobato, o Kayke e mais um ou dois. Trabalharam conosco. Depois foram fazer a competição. Eu não os quero aqui a treinar e depois a não competir. Eles precisam competir também. Mas, obviamente, estamos em sintonia. Há um diretor de futebol de base, nós temos falado um com o outro. E o projeto é exatamente pegar agora em dois ou três meninos e pô-los a treinar com regularidade. Porque, de fato, o Botafogo tem também que olhar para essa vertente, que é aproveitar o que tem em casa. E eu sempre fui habituado a isso, olhar primeiro para casa. Se não houver, vou buscar fora. Portanto, vamos olhar para eles também – garantiu.