Renato Paiva explica utilização de três volantes e diz: ‘Burro eu não sou. Busca incansável é para que o Botafogo ganhe’

Renato Paiva, técnico do Botafogo
YouTube/Botafogo TV

A utilização de três volantes, sobretudo em jogos fora de casa, foi um dos temas da entrevista coletiva de Renato Paiva nesta segunda-feira, no CT Lonier. O treinador do Botafogo explicou o que pensa a respeito e como busca encontrar soluções para a equipe.

– É uma boa pergunta. E agora pões-me aqui entre a espada e a parede. Porque se eu te responder como quero vou dar armas aos meus adversários. Ou seja, são três volantes de nome e de posição. O Gregore é um volante, o Marlon é um volante e o Allan é um volante. De posição específica. A questão é onde é que eles andam dentro do campo. Porque podem fazer funções não de volante. E eu, de fato, às vezes olho para esses comentários e para essas análises e o jogador pode ser explorado com as características que tem noutra determinada posição ou noutra determinada zona do campo. E é isso que nós temos feito. Eu não jogo com três volantes. Isso não é verdade. Jogo com três volantes de definição teórica do que é que eles são. Porque se eu escolher o John e o puser de 9, ele não é um goleiro, é um 9. Mas ele é goleiro de posição dele. Não sei se me entendes. Eu estou já a falar muito. Mas, portanto, quero premiar quem treina bem. Quero premiar quem me dá mais garantias em m função das ausências, das lesões. Tenho que encontrar soluções. Tenho que olhar para jogadores que são muito completos no momento ofensivo e defensivo. Porque se o jogador for muito bom no momento ofensivo, sim, vai-nos dar chegadas e vai-nos dar oportunidades. E se não nos der gol, depois, se não for bom defensivamente, pode dar gol na nossa baliza. E depois o Renato é burro. E, portanto, como todos os treinadores no Brasil são – declarou Renato Paiva.

– Então, o que o Renato tenta fazer é, aqui e atrás, diariamente, quando podemos, e olhar para o rendimento dos jogadores, o momento de forma e as garantias que eles me dão para um único objetivo, que é o meu, que é o Botafogo ganhe. Se você perguntar a dez torcedores, vamos ganhar os próximos 20 jogos com três volantes? De certeza que eles vão dizer “sim, de fato eu não gosto, mas está bem, a gente ganha os jogos”. E a verdade é que um dia jogamos com três volantes e ganhamos. Jogamos com três volantes com o Flamengo, não ganhamos. A sua ideia é que eu fiquei contente. Não, não, não. Eu queria ganhar. Curiosamente, o Allan foi um dos melhores em campo, ou não foi? Pelo menos pela crítica toda a gente disse que sim. E ficamos com três volantes. Portanto, isso às vezes é um bocado, desculpem, não conhecer o que se faz aqui e não conhecer as características dos jogadores. Ou de como é que o treinador quer utilizar essas características. Porque aqui dentro da cabeça sou eu. Mais ninguém. E as pessoas que trabalham comigo sabem. E ajudam-me. Às vezes eu mudo de ideias porque uso isso. Mas são eles que sabem. São os jogadores que sabem. E o produto final só é visto, de fato, no jogo. Pois se funciona, top. Muito bom. Se não funciona, o treinador é burro. Mas é a nossa vida. E não há como. Há uma coisa que eu lhe garanto, já disse isto no Bahia: burro eu não sou. Não sou. No meu trabalho, burro eu não sou. Portanto, é o que eu digo. A minha busca incansável é para que o Botafogo ganhe. Se for como ontem, paciência. Jogando mal, que ganhe. Isso é o que eu quero – explicou.

Com pensamento fixo no Botafogo, Renato Paiva deixa de lado o pensamento que pode obter sua terceira vitória consecutiva.

– Olha, o Renato Manuel Alves Paiva, que é esta criatura que está aqui à vossa frente, é o que menos importa nessa questão de três vitórias seguidas, cinco vitórias seguidas, zero. O Renato Manuel Alves Paiva fica orgulhosíssimo que a equipe ganhe, que o Botafogo ganhe, que a torcida fique feliz com essas vitórias, mesmo que não joguemos tão bem como foi o caso de ontem na Vila Belmiro. Não jogando bem, que ganhemos, que é fundamental isso acontecer. Mas já tivemos jogos em que jogamos bem e não ganhamos. Portanto, o que é mesmo importante é que essas vitórias e o impacto dessas vitórias gerem, primeiro, satisfação e alegria na torcida, porque são eles que sofrem muito pelo que se faz aqui. Depois, que essas vitórias tragam ao grupo mais confiança. Trabalhar em cima de vitórias é sempre melhor que trabalhar na incerteza das derrotas ou dos empates. E que isso obviamente siga e contribua para nós melhorarmos classificações ou conseguirmos classificações. Portanto, basicamente é só isto. E aquilo que me preocupa é que jogaste muito bem, o jogo mais importante neste momento é o do Ceará. E não quero, nem admito e não permito que alguém do grupo, e conheço-os e sei que não vão fazer isso, comecem já a pensar em Los Angeles e em Santa Bárbara e no Paris Saint-Germain e no Atlético de Madrid. Há uma grande responsabilidade e eu sempre lhes disse. Três jogos, nove pontos. U de Chile, que garantia a vitória a classificação, a vitória sobre o Santos e a vitória sobre o Ceará, porque as três fariam muito sentido. Ganhar na U de Chile e qualificarmos, e depois perdermos no Santos e não ganharmos ao Ceará, não me ajuda naquilo que eu quero, que é cada vez melhorar a performance, a qualidade e os resultados da equipe e do clube. Portanto, até aí, olhar com muita seriedade para esse confronto que vem com o Ceará – complementou.

Fonte: Redação FogãoNET

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