Com diversos desfalques, o técnico Renato Paiva se vê obrigado a encontrar soluções em meio à maratona de jogos do Botafogo, sem espaço para treinar no apertado calendário de 2025. Uma dessas soluções foi Artur, usado como uma espécie de segundo atacante, ou camisa 10, na goleada sobre o Internacional neste domingo (11/5), pela oitava rodada do Brasileirão. Ele ocupou a função que era de Savarino, que está com uma lesão muscular.
Na entrevista coletiva após o jogo, Renato Paiva disse que concluiu que Patrick de Paula não funciona nesta função, depois do volante ter sido utilizado numa posição mais avançada no início do treinador no Glorioso.
– A exibição do Artur tem a ver com, não podendo treinar, o histórico dele, porque ele já jogou nesta posição, com as características que eu vejo dele. Ele aproxima-se da baliza do gol jogando ali, é um jogador que pode não ter aquele último passe que tem o Savarino, mas tem outras coisas como teve hoje, a verticalidade e a finalização. Olhando para o elenco e não havendo jogadores para o jogo de hoje que me davam aquilo que eu precisava, pensei nisto assim que o Savarino se lesionou, porque percebi que o Patrick [de Paula] não dava ali, porque não consegue jogar de costas para o jogo, então fui à procura de alguém, e dentro das características é o Artur – explicou Paiva.
– Não me surpreende o jogo que ele fez. Não vamos já ter a tentação de dizer que o Artur vai substituir o Savarino, são diferentes, também não tem nada a ver, o Savarino é um 10, o Artur pode ser um segundo avançado, são coisas completamente diferentes. Aquilo que nós queremos é dar condições para que eles rendam, e o que a direção, que o John [Textor] me pede, não é encontrar um substituto para o Luiz Henrique, mas potencializar a contratação que nós trouxemos para este lado, para esta posição da equipe que precisava de ser reforçada, crie condições para que a equipe jogue utilizando suas características, e que ele se desenvolva dentro das características do jogo e da equipe – completou.
Renato Paiva revelou que a primeira conversa que teve com Artur foi para que ele chegasse sem o peso de substituir Luiz Henrique, que foi negociado com o Zenit, seu ex-clube.
– Foi exatamente a primeira coisa que eu fiz quando me encontrei com o Artur, foi dizer: “Olha, se estás com a mochila de substituir o Luiz Henrique, tire já, porque Luiz Henrique é o Luiz Henrique e o Artur é o Artur, com características completamente diferentes.” Ah, vens para a mesma posição, OK, és uma contratação de peso pelo teu histórico, OK, mas vens para aqui fazer o que o Artur fez nos outros clubes que o levaram a chegar onde ele chegou, ponto. Ele é completamente diferente do Luiz Henrique em tudo. Em tudo. Portanto, foi a primeira coisa que eu fiz foi tirar essa pressão, porque às vezes é uma pressão desnecessária quando eu quero ser alguém que eu não sou nem consigo ser – disse.