Renato Paiva está feliz com o nível de elenco que encontrou no Botafogo. O treinador português, em sua apresentação, contou que não pediu reforços e que confia na estrutura do clube, deixando em aberto a possibilidade de novas chegadas.
– Eu acredito muito quando chega uma estrutura deste nível tão profissional, e, olhando para trás, eu acredito que o treinador obviamente é uma palavra importante, mas quando o scout é tão bom, é tão organizado, é tão efetivo, o treinador tem que ser uma pessoa feliz, tem que chegar e dizer aqui está um trabalho fantástico e eu só quero agregar”. Portanto, isto é um elenco que não se faz de um dia para o outro, é um elenco que tem muito trabalho de muita gente, e é isso que eu quero e é isso que eu gosto, trabalho de muita gente, muita gente sentir-se importante. E não, eu de fato olhei para o elenco, não fiz pedidos, não fiz exigências, deixo muito essa área para quem dirige o clube. Aquilo que eu obviamente posso dizer é que não gosto das características deste jogador, não são aquelas características que eu entendo para a minha forma de jogar, porque eu tento contratar em função da minha forma de jogar. Eu não posso contratar um lateral que não seja ofensivo quando a minha ideia é de um lateral ofensivo. Portanto, isso também discute-se logo no projeto, se o projeto fosse de laterais não ofensivos, se eu estou a dar um exemplo, eu se calhar pensaria duas vezes nesses projetos, os quais eu recusei, não me enchia ou aquilo que era a minha forma de trabalhar e que eu sempre tentei acreditar naquilo que é a essência do jogo. Portanto, não fiz pedido, estou muito satisfeito com o elenco. Quando eu digo que nós nunca estamos satisfeitos, porque se amanhã chegasse um supercraque eu não queria dizer que não, como é óbvio, mas muito satisfeito com o que temos. É um plantel com soluções, equilibrado, e como o John (Textor) disse, está sempre muito atento àquilo que são oportunidades de negócio e em um estado de trabalho extraordinariamente bom – elogiou Renato Paiva.
O treinador acredita em longevidade no Botafogo, dando exemplo Abel Ferreira, no Palmeiras.
– Se o Abel já fez, é porque se pode fazer. É possível, não é? Eu acho que as equipes vivem de ciclos, o futebol vive de ciclos. E o Botafogo acaba de entrar, com este ano, num ciclo vitorioso. E eu sei que só três clubes ganharam Libertadores e Campeonato ao mesmo tempo na história do futebol brasileiro. Então, é um ciclo que se inicia. E, mais difícil que ganhar, é de fato, como bem dizes, manter, e manter nesta realidade que é o futebol brasileiro. Porque, de fato, o calendário é muito exigente. Dizia o John, é quase preciso ter dois elencos para nós respondermos a 75 jogos durante a temporada, fora estes que estão para trás. Não é por acaso que já há tanta lesão só nos estaduais. Portanto, possível é. É complexo, mas é simples a resposta. O processo é complexo, mas é importante percebermos isto. Só juntos e só unidos, porque o trabalho com os jogadores no campo é nosso, da comissão técnica, mas depois nós precisamos da torcida. E eu sei que esta torcida consegue fazer, nos momentos mais difíceis, estar presente e ajudar a equipe nesses momentos. Porque é nesses momentos que, de fato, é necessário. E eles tiveram muitos durante este ano, o ano passado e o outro ano. Estiveram muito, muito presentes. Portanto, é inegável o peso desta torcida e o quão importante vai ser para nós, para toda a estrutura que nos acompanha, como o staff que vai trabalhar conosco diretamente com a equipe técnica e que vai permitir que a equipa renda dentro do campo. Tenha um rendimento e que não se preocupe com mais nada, a não ser jogar futebol. E eu chego a uma estrutura altamente organizada, altamente profissional. A forma como fui recebido é de excelência. E depois, todo esse staff e todos os diretores, trabalharmos só num caminho, que é o caminho que todos queremos, que é ganhar, que é continuar a engrandecer o nome do Botafogo, que é fazer com que o Botafogo jogue bem, que é potencializar os jogadores do Botafogo. Porque, ao fim e ao cabo, ganha-se títulos. E saem os jogadores para outros patamares como saíram. E isto também tem que orgulhar quem trabalha no Botafogo. Não é só ganhar – explicou Renato Paiva.
– Nós, no Independiente Del Valle, chegamos, ganhamos e vendemos quase nove jogadores. Muitos da base. E isto tem que nos deixar orgulhosos também, tem que deixar uma marca no clube. E este Botafogo Way não tem que ser necessariamente só dentro das quatro linhas. É um Botafogo Way que pode ser também um exportador de talento, que seja reconhecido lá fora como este jogador vem do Botafogo com esta marca. Como, por exemplo, é reconhecido na base do Benfica. E este é um objetivo. Mas só vai ser possível juntos. É impossível se uns para um lado e outros para o outro. Vai haver momentos difíceis. O calendário, o campeonato, os adversários que têm muita qualidade, os treinadores. Vai haver momentos difíceis e, nesses momentos difíceis, nós vamos superá-los juntos. E eu sei que é possível, porque o Botafogo só chegou a esta temporada tão ganhadora porque conseguiu, todos juntos, caminhar no mesmo sentido. E é isso que nós vamos pedir e é isso que nós vamos fazer – finalizou.