A saída de Luís Castro para o Al-Nassr em 2023 até hoje não foi tão bem digerida. Principalmente porque o Botafogo perdeu o Campeonato Brasileiro do ano passado e não se encontrou mais dentro de campo como antes. Amigo do português, o técnico René Simões contou no programa “Flow Sport Club” o que ocorreu.
– Foi muito louco. Primeiro que Luís Castro não devia sair. Todo mundo está dizendo que saiu por Cristiano Ronaldo e dinheiro, nada disso, saiu porque não quiseram dar mais um ano de contrato para ele, com o mesmo salário. Só queria ter a garantia. Sofreu muito no campeonato. Falei com ele anteontem. Estava gasto, queria a garantia. Estava muito feliz. Aí, questão de clube, dono não quis, ele disse “está bem, não vão me dar a garantia, eu vou” – afirmou René Simões.
O ex-treinador do Botafogo ainda comentou os erros de Bruno Lage no Botafogo.
– Lage chega. Quando assumi o Fluminense em 2008, todo mundo fala “que trabalho, salvou do rebaixamento”, mas não fiz nenhum trabalho. Só disse a eles “na Libertadores vocês jogavam para cacete com Renato (Gaúcho), vamos recuperar aquele futebol? Não vou atrapalhar”. Voltei o Fabinho Soldado ao time, a equipe jogava muito. Era pegar o time do Botafogo e falar “não vou atrapalhar”. Lage começou com trocas, mexe, culminou com aquela do Tiquinho e Diego Costa, dividiu o grupo completamente. Deve ter dado burburinho no vestiário – disse René.
– Não sei o que deu na cabeça dele, treinador tem que passar segurança o tempo todo. Quando faço minha mentoria com os treinadores, digo “a hora que perder o jogo, estufa o peito, olha para todo mundo e dá sua entrevista, bem altivo”. Quando ganhar, flexiona um pouco, se entrega aos jornalista, fala mais, com mais calma. Ele quis dizer “está comigo, não vão me demitir, o time vai melhorar”. Você vê o Abel Ferreira, fala “eu perdi porque cheguei”. Isso é brilhante. O Palmeiras já perdeu algumas decisões, porque chega. A narrativa do treinador tem que ser coerente como que passar no treinador. Bruno Lage deu desequilíbrio no vestiário, na torcida e na imprensa. Depois é muito difícil recuperar. Todo clube tem que ter coordenador técnico muito experiente, tipo Muricy (Ramalho) no São Paulo. Temos esse gap no futebol brasileiro. É absolutamente importante essa figura – completou.