Repórter conta bastidores de jogo com Estudiantes: orientação de Renato Paiva para ‘ligação direta’ de John e Igor Jesus admitindo Botafogo ‘espaçado’

Renato Paiva em Estudiantes x Botafogo | Libertadores 2025
Reprodução/ESPN

Repórter da TV Globo, Raphael Sibilla esteve na beira do campo em Estudiantes 1 x 0 Botafogo, na noite desta quarta-feira (23/4), pela Libertadores. Em participação no programa “Seleção SporTV“, ele contou bastidores das reações dos jogadores e das instruções do técnico Renato Paiva.

Sibilla explicou sua informação na transmissão do jogo de que Renato Paiva havia pedido mais ligações diretas do goleiro John.

– No Botafogo, se notou um time muito desconectado com o jogo de ontem. E isso estava claro nos pedidos que o Renato Paiva fazia durante o jogo, porque ele disse que o que foi combinado no vestiário que era fazer uma marcação com a linha um pouco mais alta, não foi cumprido em campo. O time depois começou a marcar com o bloco mais baixo, dando mais campo para o Estudiantes. Não conseguindo manter a bola. Isso irritou demais o Renato Paiva no primeiro tempo. O Renato Paiva depois, em algum momento, sentiu que os jogadores estavam sem confiança. E se vocês notarem, no primeiro tempo, em três ou quatro tiros de meta, o John quebra, dá aquele chutão, faz a ligação longa para frente. E era pedido do Renato Paiva, porque em uma delas, quando o Danilo Barbosa tentou sair jogando ali, já construindo a jogada desde a área defensiva, o Estudiantes mordeu e quase consegue roubar a bola. Então se notava ontem um time que não estava entendendo o jogo, com um nível de competição muito abaixo comparado com o do Estudiantes – afirmou Sibilla.

Foi no primeiro tempo, quando o Botafogo estava defendendo do lado em que estava o banco do Botafogo. Aí o Botafogo já tinha saído uma vez com a bola por baixo, tocando a bola entre os zagueiros e o goleiro. Já tinha feito uma vez a ligação direta, só que o Estudiantes estava marcando muito alto, estava tentando pressionar essa saída. E aí, claramente, o time estava posicionado para receber aberto com os dois zagueiros, com o Barboza de um lado e o Danilo Barbosa do outro. o Renato Paiva passa a instrução. Se não me engano, ele passa para o Danilo Barbosa, que fala para o John “é para quebrar”. E daí o time levanta, né? Porque, às vezes, na TV não dá para ver, mas é muito claro o posicionamento do time quando ele está para começar a construção desde a defesa e quando vai sair o chutão, a ligação direta, até porque o time se move em bloco para ganhar na disputa aérea. Então, foi um pedido que ele fez, pelo menos por duas vezes no primeiro tempo. Outro pedido que ele fez também foi que em algum momento no primeiro tempo o Botafogo estava atacando muito com os laterais, principalmente com o Mateo Ponte, pelo lado direito. E aí teve um momento que ele pede para que a jogada fosse construída mais pelo meio, que a bola fosse circulada mais entre os jogadores de meio de campo e não toda hora só pelo lado de campo – revelou o repórter.

Outro ponto interessante contado por Raphael Sibilla foi uma conversa com o centroavante Igor Jesus, que admitiu o espaçamento da equipe.

– Tem algumas declarações que foram dadas após a partida, que mostram um pouco o que está acontecendo nesse momento. Eu já falei sobre o Renato Paiva, que na própria coletiva ele reclamou do posicionamento defensivo do time, na questão ofensiva também ele também atribuiu um pouco que para o lado do Botafogo a bola não entra, e para o adversário acaba entrando, e aí isso também condiciona um pouco o jogo. Mas o Igor Jesus, na saída do campo ali, eu perguntei para ele, “pô, a bola não chega para você, o que está acontecendo?” E ele falou, “a gente está muito longe um do outro, não tem aproximação, então não consigo receber a bola”. Então isso mostra também essa dificuldade que o Botafogo está tendo nesse momento, sem um armador mais central ali, para construir a jogada, para que o Igor Jesus seja mais abastecido. O Renato Paiva tem mexido muito nas pontas, mexido muito nos laterais, ontem deu mais uma oportunidade para o Patrick de Paula, mas de fato é um time que, fora de casa, não consegue ter a posse de bola para construir a jogada. Foi ter a bola após o gol do Estudiantes – detalhou.

Por fim, o jornalista pondera se falta de mobilização da torcida também pode influenciar no desempenho dos jogadores.

– E aí também tem, que acho que é algo que se pode debater, vocês que vivem no Rio de Janeiro e estão mais presentes no Nilton Santos, mas aqui me chamou a atenção a desmobilização da torcida, tanto na chegada, quanto no estádio. Porque nos jogos de brasileiros aqui na Argentina a gente sempre tem uma recepção de torcedores na porta do hotel. Algumas torcidas vão em maior número, outras vão em menor número, mas geralmente alguém está na porta do hotel. No jogo contra o Racing, no início do ano, pela Recopa Sul-Americana, os torcedores do Botafogo foram ao hotel do Botafogo, que ficou hospedado em Buenos Aires, não ficou hospedado em La Plata. Por sinal, ficou no mesmo hotel. E dessa vez não havia nenhum torcedor brasileiro ali no momento em que o Botafogo chegou. Havia um torcedor, que é torcedor do River Plate, e que disse que simpatizou com o Botafogo no ano passado, então ele queria ir lá para tentar tirar uma foto com um dos argentinos, conseguiu tirar uma foto com o Barboza. Mas torcedor do Botafogo, que mora aqui na Argentina, torcedor brasileiro, digamos assim, não havia nenhum. Então também não sei se isso não contagia um pouco o elenco, quando ele olha ali para a arquibancada, vê que tinha pouco mais de cem pessoas na arquibancada visitante, se isso também não interfere um pouco na questão anímica dos jogadores dentro de campo – completou.

Fonte: Redação FogãoNET e SporTV

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