O Botafogo vê 2025 começar bem diferente do fim de 2024. Se no ano passado, vieram os títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro, na atual temporada já ficaram para trás Campeonato Carioca, Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana, o que gerou uma reflexão no apresentador André Rizek, do Grupo Globo.
– O comportamento do botafoguense, depois de três títulos perdidos na temporada, mostra que torcedor de futebol, quando toca o céu, não aceita mais descer para a terra. Não adianta falar para o alvinegro que o perrengue chique de 2025 até o momento é muito melhor do que a realidade que ele viveu recentemente, antes da chegada do Textor. O sarrafo agora para o clube é outro. Situação semelhante ao que passou o Flamengo na saída do Jorge Jesus. O Rubro-Negro não aceitava nada menos que o 2019. E repetir 2019 era uma tarefa muito difícil, como é muito difícil ficar repetindo o 2024 do Botafogo. Porque personagens, no plural, do sucesso do Botafogo de 2024 foram embora e repor a saída deles não é tarefa simples. Além do técnico, que se encaixou muito bem no clube, o Botafogo perdeu um campeão do mundo pela Argentina, o Thiago Almada, jogador de nível internacional, e um jogador que foi o craque do Brasileiro e da Libertadores, Luiz Henrique. Jogadores desse nível não brotam em árvore. Por mais que você gaste, e o Botafogo já gastou mais de R$ 456 milhões em reforços, trazer gente dessa qualidade, que se encaixe tão bem no time, não é uma tarefa simples. Dos jogadores que chegaram para o ataque esse ano, por exemplo, eles teriam dificuldade até de serem o primeiro reserva do ano passado, porque tinha o Júnior Santos, que foi um excelente negócio a venda para o Atlético-MG, como negócio excelente. Mas a perda técnica também é indiscutível no elenco alvinegro – argumentou Rizek.
O jornalista acredita que o Botafogo não tem mais o elenco mais forte do Brasil e que está atrás de concorrentes.
– O clube claramente mudou o perfil do seu elenco esse ano. De um plantel mais experiente, cascudo, rodado, o Botafogo aposta nesse ano mais em jovens, em promessas. E para isso ser um grupo competitivo de novo, leva tempo. É por isso que o Botafogo está atrasado. Demorou muito para contratar um técnico. O Botafogo não tem mais o melhor elenco do futebol brasileiro. Não tem mais. Palmeiras e Flamengo estão na frente dele, e inclusive estão na frente em termos de trabalho. Se a gente for pensar uma corrida de Fórmula 1, Palmeiras e Flamengo estão nesse momento uma volta à frente do Botafogo, com um carro melhor. Só tem uma maneira do Botafogo chegar lá e ser o clube que briga por todos os títulos, como foi ano passado. É com trabalho. E sobre o Renato Paiva, vou dar a ele o benefício da dúvida. Embora ele já tenha uma passagem pelo futebol brasileiro, ele chega ao Botafogo com o mesmo currículo que o Artur Jorge tinha, o Abel tinha. Ou seja, um treinador ainda pouco rodado. A ele, o meu benefício da dúvida e o desejo de boa sorte – disse Rizek.
