Botafogo e Eagle Football Holdings estão mais próximos de acordo na Justiça, de acordo com John Textor. No “Charla Podcast” desta terça-feira (16/9), o jornalista André Rizek deu detalhes da posição da empresa e “mandou recado” ao acionista da SAF alvinegra, com o qual não tem contato há tempos.
De acordo com Rizek, a Eagle quer ter acesso aos números do Botafogo antes de tomar uma posição definitiva.
– Eu converso com eles, não vou nem entrar no mérito se eles têm razão ou não, vou dar a versão deles. Minha função de jornalista é conversar com todo mundo. Converso com o Textor, faz tempo que eu não falo com o Textor, mas escrevi para ele recentemente, ele não me respondeu. Adoraria voltar a falar com ele sobre isso, porque tenho dúvidas a tirar. Esse grupo, o que eles querem? Querem ter acesso ao que eles entendem ser deles, o Botafogo. Então eles querem entrar no Botafogo, olhar os livros, por exemplo, o Textor alega que o Lyon tem uma dívida. “Para mim, a situação é possível. Mas eu preciso olhar a contabilidade do Botafogo pra entender se essa dívida existe mesmo”. Eles falam, “é possível, mas a gente precisa entrar no Botafogo, ter acesso às finanças”. Pelo menos, na última vez que eu falei com eles era essa a realidade. E eles entendem que o Botafogo não está dando acesso ao que eles entendem ser o negócio deles, que eles compraram. Então eles querem entrar no Botafogo, olhar as finanças, os livros, entender, porque o Textor fez o que eles chamam de caixa único. Então as finanças estavam confundidas. Como se tivesse, assim, cinco padarias e é um caixa único. Eles acham que isso é danoso, tem que separar, e eles querem entender se o Botafogo deve, se o Botafogo tem que receber, quanto vale o Botafogo e, eventualmente, até vender para o Textor. Se o Textor quiser comprar da Eagle, eventualmente até vender para ele. O clube associativo tem uma gratidão gigante ao Textor. O Botafogo estava na dúvida se continuaria existindo e virou campeão da América e brasileiro. E eles entendem que essa junção Textor e clube associativo não está dando a eles o direito de olhar o negócio que eles compraram – explicou Rizek.
– E estão ameaçando sufocar o negócio. Eles não podem matar o negócio porque é deles. Então, assim, eles não podem chegar e matar o Botafogo financeiramente porque o negócio é deles, é um ativo deles. Mas eles estão ameaçando brigar por anos na justiça, brigar nas Ilhas Cayman, brigar na Inglaterra, brigar na França. Eles têm dinheiro infinito para brigar na justiça. E nesse meio tempo, o que eles falam é que o Botafogo corre o risco de virar um Vasco. É SAF, mas está sufocado por essas questões, asfixiado, porque não tem investimento… É muito complexo porque eles não podem matar o Botafogo. É ativo deles. Compraram, investiram. Eu acho que o melhor cenário é que eles possam entrar, olhar e chegar a uma solução boa pra todo mundo. O pior cenário para o Botafogo é essa briga se arrastar por anos na justiça. Sem investimento, sem ninguém pensando – acrescentou.
O jornalista e apresentador quer voltar a conversar com Textor para entender a situação.
– John, se estiver vendo o programa, responde aqui minhas mensagens, faz tempo que a gente não conversa. Eu estou precisando checar com você as informações que eu tenho do outro lado, porque repórter tem que ouvir todo mundo – afirmou Rizek.
– Eu não conversei com ele desde que estourou a crise. Do lado da Eagle, o que eu sei, da Ares, é que eles querem uma solução pacífica. Eles têm problemas seríssimos com o Textor, não aceitam trabalhar mais com o Textor. Eles aceitam até vender o Botafogo para o Textor, eventualmente, mas eles querem entrar e pacificar. E eles bateram o pé. Se o Botafogo não der acesso a eles, essa briga vai se arrastar pelo tempo que for na Justiça – ponderou.
Rizek destacou ainda forte de identificação de John Textor com o Botafogo.
– Eu acredito na paixão dele pelo Botafogo. O que ele me dizia? O Lyon, na visão dele, era o clube formador. E o Botafogo, o carro-chefe para ganhar troféu, ganhar título. Laboratório de ideias o Molenbeek, da Bélgica. Ele precisa de um clube na Inglaterra forte, por isso que ele tentou o Everton, para ter um pé na principal liga do mundo. E o Botafogo, o carro-chefe, a paixão dele. O Textor realmente tem isso no Botafogo. E assim, tem também um pouco de vaidade. O Textor virou um ídolo, né, cara? O cara é um empresário, odiado na França, e aqui ele é amado. Põe piroca na testa, vai em balada, toma um latão. O que é melhor para o Botafogo? Eu não sei, cara. O melhor para o Botafogo, no momento, eu acho que é pacificar a situação, chegar a um entendimento – completou.