John Textor é acionista da SAF do Botafogo desde 2022. Com um estilo centralizador, toma as principais decisões e define os rumos do clube. Na visão do jornalista André Rizek, alguns aspectos poderiam ser diferentes, como explicou em entrevista ao “Charla Podcast”.
– O Textor é um cara de muitas convicções. Na época da Good Game!, daquele relatório que ele contratou, da manipulação esportiva, eu tinha conversas com ele que eu falava “cara, eu não acredito nisso”. E não conseguia, não adianta. O Textor é um cara difícil de ouvir não. Difícil. Ele falava “eu gosto de você porque você é independente, você diz não para mim”, mas eu achava aquilo uma loucura da cabeça dele. Falei, “cara, isso aqui, desculpa”. Ele me mostrava os relatórios. “Você não acha possível de ter manipulação?” Eu falei, “não, não acho”. E olha que eu entendo esse assunto, hein. “Eu acho que você está errado”. Pô, ele ficava louco, cara. Louco. “Mas como você achou que eu estou errado?” Eu falei, “você está errado”. Assim, acho que ele fez uma grande loucura ali, mas ele acreditava naquilo, cara. Ele acreditava. Então, assim, eu acho que falta o Textor, inclusive, se cercar de pessoas que digam não a ele. Ele é muito cheio de certezas. E, por exemplo, o entendimento que ele tem de futebol ainda é pequeno, cara. É um cara que chegou agora ao jogo, né? – frisou Rizek.
– Por exemplo, quando ele decide que tem o Botafogo Way e vai reclamar com o Renato Paiva, que escalou três volantes contra o Flamengo num jogo que o Botafogo controlou a partida, cara, eu acho que ele deveria deixar isso para especialistas. E não ele se meter em áreas das quais ele não é o cara, entendeu? Eu acho que ele deveria dar um passo atrás, se cercar de pessoas que digam não a ele, porque ele fez uma rede de scout excelente. Ele montou uma equipe boa. E eu acho que chegou num ponto que ele precisa ter gente ao lado dele que fale não pra ele. Que fale não. Porque ele é muito cabeça dura – opinou.
Para André Rizek, o Botafogo deveria ter um homem forte no futebol.
– O Thairo (Arruda) é o CEO dele. Muito bom cara. Mas o Thairo é o cara mais administrativo. Eu acho que ele devia ter uma pessoa mais forte, assim, na minha opinião. Não que não tenha no Botafogo gente qualificada, mas digo gente com mais poder no futebol, para decidir coisas que eu acho que o conhecimento do Textor não chega, que é na parte técnica. O Bap, presidente do Flamengo, não é uma sumidade de, assim, não é um cara assim que prima pela humildade, certo? Ele tem autoestima elevada. Mas ele teve uma sabedoria. De botar alguém alguém que claramente conhece mais de futebol que ele. Trouxe o Boto. Eu acho que o Textor, é uma autocrítica que eu acho que ele deveria fazer, deveria ter alguém no futebol, tomando decisões técnicas, com conhecimento que o dele não chega, porque ele é recente no futebol – complementou.