Rodrigo Capelo, sobre SAF do Botafogo: ‘Enfrentar alguém que gasta meio bilhão com reforços, ganha Libertadores e Brasileiro, não paga imposto e direito econômico, é justo? É falta de fair play’

Rodrigo Capelo
YouTube/Canal do Duda Garbi

Especializado em negócios no esporte, Rodrigo Capelo deu entrevista ao canal “Duda Garbi“, no YouTube, na última segunda-feira (15/9) e falou sobre SAFs no futebol brasileiro. O apresentador, que tem o programa “Um Assado Para…” voltado principalmente para o público gaúcho, levantou a bola citando os títulos do Botafogo em 2024, no que foi rebatido pelo jornalista.

Vou dar alguns dados de Botafogo. Em 2024, eles chegaram a R$ 980 milhões em dívidas da SAF. Dívida nova. Quase um bilhão de dívida nova. Só o Botafogo SAF, porque o Botafogo associação deve mais R$ 700 milhões, que a SAF tem que pagar, que faz parte do acordo de quando o Textor comprou. Desses R$ 980 milhões, você tem mais de meio bilhão só em jogador comprado. É o tipo de investimento que o Grêmio não fez, que o Inter não fez, que se a gente tivesse um sistema de fair play financeiro no futebol brasileiro, não seria permitido. Porque o Botafogo sequer consegue pagar por tudo isso que ele está comprando. E eu justifico o porquê – iniciou Capelo.

Outra parte dessa dívida são R$ 200 milhões ao governo já reparcelados de impostos que o Botafogo não pagou entre 22, 23 e 24. Como é que uma SAF que acabou de ser criada do zero, com dívida zero, em três anos já tem R$ 200 milhões em impostos não pagos, que já reparcelou com a Receita Federal? É porque não está pagando nada. Aí você me fala, essa competitividade é justa? Você entrar em campo contra alguém que gasta só em 24 meio bilhão em contratações de jogadores, faz um elenco, ganha o Brasileiro, ganha Libertadores, e não paga imposto, e não paga o direito econômico, deixa o outro clube sem receber, é uma competitividade justa? Entendeu? É a falta de fair play financeiro – opinou.

O jornalista deixou a dúvida se vale a pena Grêmio e Internacional seguirem este modelo.

Esse é um modelo que a gente quer replicar, o gremista, o colorado, querem olhar para este modelo e falar assim “é isso que eu quero para o meu clube? Eu quero que vire uma SAF? Eu quero que alguém assuma? Eu quero que alguém gaste meio bilhão contratando jogadores, faça um timaço, ganhe Libertadores? A partir do ano seguinte, não sei o que vai ser”. Porque os próprios sócios do Textor estão brigando com ele para saber quem fica no comando. Se vai ser o Textor ou se vão ser eles. O Botafogo não sabe se vai ficar dentro da Eagle Football Holdings ou se vai sair. Existe uma incerteza de quem vai ser o dono do Botafogo a partir de 2025. Essa é a pergunta que o torcedor quer ter a partir do ano que vem, do Grêmio ou do Inter? Então, eu não sou contra a SAF. Mas eu sou realista, cara. A história está aí, eu conheço e estou mostrando os fatos. E aí, cada um forma a sua opinião. Alguém que está assistindo a gente pode ouvir e falar assim, “cara, mesmo sabendo de tudo isso, eu ainda acho que vale a pena”. Tá bom. Bom, tudo bem. Se estiver consciente, tá bom – encerrou.

Fonte: Redação FogãoNET e canal do Duda Garbi

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