Das três primeiras grandes SAFs do futebol brasileiro, só o Botafogo continua em operação sem mudanças. Ronaldo vendeu sua participação no Cruzeiro para o empresário Pedro Lourenço, enquanto uma decisão liminar da Justiça do Rio nesta quarta-feira tirou o controle do Vasco das mãos da 777 Partners.
Em debate no programa “Redação SporTV”, Rodrigo Capelo, jornalista especializado em finanças do esporte, chamou a atenção para a insegurança jurídica que pode significar tal medida em todas as SAFs do futebol brasileiro.
– Esse caso traz uma enorme insegurança jurídica para o Vasco, para a 777, para o clube associativo e para qualquer SAF do Rio de Janeiro e do Brasil. Tem flamenguista, tricolor e botafoguense pensando que isso não tem nada a ver, mas tem sim. O Botafogo já é SAF, o Fluminense está estudando abrir uma SAF e negocia com o BTG, o Flamengo quer abrir uma SAF… Imagina negociar com investidores sabendo que, no dia seguinte, pode vir uma decisão judicial que vai tirar o controle de uma empresa que comprou esse ativo, que já fez pagamentos, baseado em argumentos controversos? – questionou Capelo.
– O principal argumento da associação civil do Vasco é de que tem um aporte para ser feito em setembro, e estamos em maio, e a 777 já daria indícios de que não vai conseguir pagar, logo, melhor não esperar e tirá-los do comando agora. E o juiz deu razão. Disse que, com base em notícias do exterior, com base numa evidente crise financeira da 777, embora não haja um balanço da empresa, a 777 perde o comando provisoriamente porque é uma decisão liminar – completou.
A decisão liminar que tirou o controle da SAF do Vasco das mãos da 777 Partners é assinada pelo juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Com isso, o comando do futebol passa para os dirigentes do clube associativo, que tem como presidente o ex-jogador Pedrinho.