Comentarista do “UOL”, Rodrigo Mattos analisou o caso Bruno Henrique, indiciado pela Polícia Federal por estelionato e fraude em competição esportiva em caso de apostas. Para o jornalista, o Flamengo deveria afastar o atleta devido ao desenrolar dos fatos.
Rodrigo Mattos ainda citou os casos distintos do ex-Botafogo Luiz Henrique (que não era investigado na Europa nem no Brasil, após arquivamento de processo por cartão amarelo no início de 2023 quando atuava no Betis) e Lucas Paquetá (que está sendo investigado e julgado na Inglaterra).
– Tem a perspectiva do jogador, mas é a perspectiva do Flamengo, né? O Flamengo quer ter em campo um jogador que tem esse tipo de suspeita tão bem embasada de que ele manipulou o jogo? Moralmente, para o Flamengo, é bom estar ligado a ter em campo um jogador que está com esse tipo de envolvimento? Assim como eu achava a mesma coisa da Seleção Brasileira. Porque a Seleção Brasileira estava convocando o Lucas Paquetá, o Luiz Henrique e o próprio Bruno Henrique, que tinham essa suspeita sobre eles. Mas aí, normalmente, você escolhe os jogadores, né? Então, eu acho que o Flamengo é uma questão dúbia para defender a sua própria imagem. Quando esses clubes lá atrás afastaram os jogadores, pensaram também nesse sentido. Então, jogador com história dentro do clube, o Flamengo tem que respeitar a presunção de inocência, mas é uma questão que você está ligando a imagem do clube. O clube, como diz na nota a respeito do Fair Play de que prioriza o Fair Play, ele precisa considerar o fato de que são provas muito robustas, né? Olhando tudo e tendo acesso a esses documentos, precisa analisar isso quando decidir sobre a permanência ou não do Bruno Henrique nos próximos jogos – afirmou Rodrigo Mattos, em live no “UOL”.
– O relator da PF analisou o jogo inteiro. Em um deles, o Bruno Henrique vai e reclama com o juiz, faz uma falta dura e reclama. O relator da PF falou assim, “lance, claramente, do nível de cartão amarelo”. Tem muitos indícios ali de que, de fato, ele forçou um cartão amarelo – frisou.
O jornalista ainda analisou a situação pelo lado da Justiça Desportiva, acreditando em suspensão preventiva.
– A gente pode olhar pelo histórico, porque teve casos anteriores. Então, nos casos anteriores, a gente teve afastamento preventivo. A gente já sabe que tem esse pedido de compartilhamento de informação. Em chegando esse inquérito da PF, o STJD pode tomar uma decisão de afastamento preventivo e as punições, de fato, são em torno de dois anos. Quando acontece, muitas vezes chega ali, consegue um recurso depois e tem redução da pena. Agora, no caso do Bruno Henrique, é um jogador com uma idade mais avançada, seria algo pode encerrar a carreira dele, por exemplo. Mas a tendência, em casos anteriores, como o caso do MP de Goiás, era afastamento preventivo em torno de dois anos. Lembrando isso, não adianta sair do Brasil porque a CBF sempre pede para ser estendida ir para outros lugares. O que a gente sabe, até ontem, é que o STJD está esperando um compartilhamento dessas informações. Por exemplo, o presidente STJD não pode pegar uma notícia do jornal, ou do UOL, ou de qualquer site, e dizer assim, “ah, eu li aqui, eu já vou afastar”. Precisa ter o documento para tomar uma decisão. Mas, olhando o que foi feito anteriormente, eu acho bem possível, provado direito, que tenha um afastamento preventivo – completou.