Rodrigo Mattos não gostou da imitação que o humorista Marcelo Adnet fez dele, ironizando pergunta em entrevista coletiva da Seleção Brasileira. Na ocasião, o jornalista questionou a Dorival Júnior e a Rodrigo Caetano sobre a convocação de Luiz Henrique, do Botafogo.
– A gente fez a matéria semana passada, já falamos dela aqui, do Luiz Henrique. Matéria que ele recebeu dinheiro de apostador no Pix, depois recebeu o cartão amarelo, enfim. Na sexta-feira, eu fui para a convocação da Seleção e fui perguntar para o Dorival, que é a minha obrigação jornalística, perguntar sobre o jogador que recebeu dinheiro de apostadores no seu Pix. Perguntei para o Dorival, o Rodrigo Caetano respondeu a pergunta. De tarde, eu fiquei sabendo só hoje (terça), o Marcelo Adnet fez um vídeo debochando da pergunta, usando o deboche, dizendo que o UOL é isento e tal, fez um deboche ali, a imitação de voz eu até achei boa, embora tenha um amigo meu que me imita melhor. Até porque ele me conhece melhor, ele conhece o texto, o que faz diferença na imitação. Mas ele, na verdade, não estava debochando de mim, porque eu sou uma figura absolutamente desimportante, eu era só um repórter. Estava debochando, na verdade, do jornalismo. Era esse o deboche do Marcelo Adnet, estava debochando de quem estava fazendo jornalismo – reclamou Rodrigo Mattos, em live no “UOL”.
– Eu lembrei aqui que, em 2020, tinha uma entrevista boa do Marcelo Adnet em que ele falava que, “para atuar e criticar quem quer que seja, é preciso ter coragem. O jornalista também saiu de um lugar de conforto e está apanhando para caramba. A imprensa não foi feita para passar a mão na cabeça”. Ele faz essa observação na época, estava falando ali muito de política. Bom, o deboche do Marcelo Adnet, que é para o jornalista que estava fazendo pergunta, é um deboche que ajuda a seita, a bater no jornalista exatamente o que ele criticava. Estava ele lá incentivando a turba a bater no jornalista – prosseguiu.
– Curioso que uma pessoa que teve essa atitude em 2020, hoje esteja fazendo um deboche para o trabalho jornalístico. Não me sinto pessoalmente atingido, mas o trabalho jornalístico seja alvo de ataque, de turba e tal, não sei o quê, mas é o que ele disse. Nessa própria entrevista, ele fala assim, “não podemos sucumbir”. Bom, posso garantir para o Marcelo Adnet que a gente não vai sucumbir – garantiu Rodrigo Mattos.
Juca Kfouri ironizou Marcelo Adnet e assegurou que não há perseguição ao Botafogo.
– Isso reforça a ideia daqueles cujos músculos são melhores do que os neurônios, de achar que jornalista, porque tem um time de coração, tem que defender o time de coração e não fazer jornalismo. É exatamente isso que o Adnet reforçou, por ser botafoguense. E aí disse que a “Uó” é clubista, é parcial em relação ao Botafogo. E ele trabalhou em grandes empresas de comunicação. Será que ele imagina que alguém do “UOL”, um diretor do “UOL”, o dono do “UOL”, dê uma ordem “vamos perseguir o Botafogo? Será que passa na cabeça dele? Realmente pisou na bola – cutucou Juca Kfouri.
– No final das contas, quando não é conveniente, o jornalismo é debochado para o Adnet. Está acontecendo constantemente, tenho visto a torcida do Botafogo, a quantidade de ataques que o “UOL” está recebendo, que eu estou recebendo, desde que saiu essa matéria, é significativa. Então, se ele está confortável em ficar alimentando a turba para aumentar isso, parabéns para ele – completou Rodrigo Mattos.