Técnico do Bahia, Rogério Ceni não admitiu o trabalho ruim e preferiu citar outros fatores para justificar a derrota por 2 a 1 para o Botafogo, nesta quarta-feira, no Estádio Nilton Santos. Além de analisar o jogo, ele fez duras críticas ao árbitro Felipe Fernandes de Lima.
– Eu não consigo entender o porquê a gente não consegue competir tão parelho como foi no último jogo, sabe? Nós pegamos o time que mais compete no Brasil, na minha opinião, que é o Palmeiras. E nós jogamos minimamente de igual para igual com eles no jogo passado. Claro que tem o cansaço, tem tudo isso, logicamente, eu entendo, né? A viagem, o cansaço. Mas nós não conseguimos sequer jogar 50% na parte competitiva daquilo que nós fomos contra o Palmeiras. E por isso o resultado, ele no primeiro tempo principalmente, é um resultado ruim. Infelizmente teve as lesões. E aí quando a gente volta para o segundo tempo com as mudanças, infelizmente numa saída de bola de meio-campo a gente acaba tomando o gol – disse Rogério Ceni, antes de começar a cornetar a arbitragem.
– Gol que para mim houve uma falta no Arias. O jogador cai em cima da perna do Arias, não deixa com que o Arias saia para fazer a interceptação da jogada, mas nada se marca. No Sanabria você pode até dizer que não foi pênalti, claro, mas houve o encontro dos jogadores, eles se tocam e por isso não devia nunca existir o segundo cartão amarelo. Mas com relação à arbitragem nós já estamos acostumadíssimos. Isso é um padrão quando a gente vem jogar, em alguns lugares principalmente, é um padrão. Então assim, a arbitragem para mim é desastrosa, estragou o jogo, porque ele não precisava ter expulsado, podia não ter dado pênalti, claro, perfeito, mas não precisava ter expulsado. Eles têm contato, não é que o jogador se joga no chão, não interpretou como pênalti, beleza, segue a jogada, vamos embora, vamos jogar. Mas nós tínhamos acabado de fazer o gol, se eu não me engano, né? Então a gente já sabe o padrão que é, como conduzem os jogos. Então eu acho que o Sanabria não era para ter sido expulso, acho que houve uma falta claríssima no Arias no lance do gol em que, se eu não me engano, é o Arthur Cabral que cai em cima do Arias e fica em cima e não deixa ele sair. Mas nesse sentido estamos acostumados – reclamou.
O treinador ainda cutucou o Botafogo e sua torcida ao dizer que o jogo foi “praticamente em campo neutro.
– Você via que o Botafogo estava com torcida impaciente, pouca gente no estádio. Nós tínhamos uma grande oportunidade hoje de chegar aos 43 pontos. É sempre difícil enfrentar o Botafogo, com certeza, mas diante do cenário todo. Mas hoje, fisicamente e em matéria de confronto no primeiro tempo, nós não existimos. Deve ter muita gente no campeonato que venceu também três partidas somente fora de casa. Mas eu não consigo explicar racionalmente o porquê do comportamento ser tão diferente no jogo, que era praticamente hoje um campo neutro. Não sei qual foi o público, mas 8 mil, pouco público, um estádio bom, que oferece boas condições de jogo para a gente. Mas a gente não consegue. Você competir de igual para igual com o Palmeiras, há um desgaste físico muito grande. Nós fizemos três trocas em função disso. Gilberto não estava muito bem, entrou Arias, naturalmente o Rezende entrou pela saída do Nico, e Jean Lucas voltando da suspensão. E mesmo assim, na parte física, nós não conseguimos igualar o jogo com o Botafogo da mesma maneira que nós fizemos com o Palmeiras – completou.