A liga no futebol brasileiro virou uma realidade muito distante. Com a presença de dois grupos (Forte Futebol e Libra) e fundos de investimento dos dois lados, não houve consenso sobre uma junção. Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco optaram por outro caminho: criar um terceiro bloco, chamado “Grupo União“.
Ronaldo Fenômeno, proprietário da SAF do Cruzeiro, revelou os planos do grupo.
– Se consigo o Corinthians e o São Paulo, onde estamos conversando… Tenho conversas com a Leila (Pereira, presidente do Palmeiras), com o Atlético-MG. Quero fazer um novo bloco, um bloco muito forte, e nós vamos negociar direitos – garantiu Ronaldo, no podcast “Mano a Mano”.
O ex-jogador criticou a forma como os clubes conduziram a questão.
– A negociação tem dois blocos, com dois fundos querendo pagar bilhões, e os clubes não se entendem para pegar o dinheiro. Não entra na minha cabeça a gente não se entender, profissionalizar o futebol e aumentar a receita da indústria do futebol – reclamou.
– Cada um tem uma desculpa e fala uma coisa. Colocam desculpa no conselho, e nós não olhamos para frente. Vamos perder mais um ciclo de venda de direitos de televisão em conjunto, e cada um vai vender por si. Não vai ter entendimento. Estou vendo que está longe de entendimento entre as duas partes. (…) Não há entendimento entre os clubes, não estamos olhando para o futuro como temos que olhar. Não estamos olhando com o carinho e respeito que deveríamos ter – acrescentou.
Ronaldo Fenômeno ainda tentou trazer o presidente da LaLiga, Javier Tebas, para mostrar um exemplo aos clubes brasileiros. Pouco adiantou.
– No início do ano passado, trouxe o presidente da liga espanhola para falar com todos os presidentes. Ele explicou, e o que a gente ia fazer era copiar e colar o modelo espanhol, que é um modelo de sucesso e justo. Mas eu, ex-jogador, proprietário do Cruzeiro e na nova função, olharam para mim e falaram: “O que esse cara está fazendo? Chegou agora e quer organizar tudo”. Ninguém quis nem discutir o projeto. Com alguns dias, apresentaram dois blocos, buscaram fundos, mas acho muito difícil que a gente encontre uma solução para o próximo ciclo – finalizou.