Seneme: ‘Dou zero possibilidade em termos do que John Textor apresentou. Transformar erros de arbitragem em denúncia de manipulação é ação irresponsável’

Wilson Luiz Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF
YouTube/TV Senado

Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme se posicionou na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, nesta quinta-feira (6/6), sobre as denúncias de John Textor, acionista da SAF do Botafogo. Ele desconsiderou o que foi apresentado.

Se posso acreditar em algo que ele falou, é em um áudio apresentado por árbitro que não faz do quadro da CBF. Em termos de CBF, zero. Dou zero possibilidade em termos do que apresentou. Porque não vi e não identifiquei, com a experiência tenho, nenhuma ação que possa dar a mínima referência e transformar em manipulação de resultado, seja de jogadores ou dos árbitros. Conversei com árbitros, porque estiveram no campo, se identificaram, porque o Romário sabe que árbitro identifica quando jogador está diferente, inclusive para o antidoping. Não vejo nenhum indício. Quero fazer uma crítica grande à utilização da inteligência artificial nesse sentido. A regra do jogo dá para o árbitro os termos de interpretação do que é falta ou não e o limite da força. Exemplo, expulsão tem que ser com força excessiva. Qual o parâmetro da inteligência artificial para decidir quando uma força aplicada em uma jogada passa a ser excessiva? Qual é o grau, a referência? É absolutamente uma ação interpretativa. A regra 5 dá ao árbitro central a prerrogativa de interpretar. Acredito que o foco é no desenvolvimento de arbitragem, isso temos que pensar, adoro trabalhar e colocar a mão na massa para contribuir. Mas não vejo indícios que elementos interpretativos, mesmo que às vezes errados, que admitimos… Transformar erros de arbitragem em denúncia para manipulação de resultados, na minha visão, é uma ação irresponsável. Temos que ter cuidado para ter mais elementos que possam comprovar – declarou Seneme.

O presidente da Comissão de Arbitragem garantiu que seus juízes não estão envolvidos em casos de manipulação.

Entendo eu que foi o divisor de águas para a arbitragem o caso de 2005. Hoje não temos nenhum árbitro envolvido do quadro da CBF em função de todas as ferramentas que apresentei aqui, que foram criadas para vigilância do árbitro, controle e transparência. Hoje o árbitro tem plena consciência da sua responsabilidade social, não só comprometimento com regra, pelo que o futebol representa. Penso inclusive que o modelo apresentado por nós, que pode ser dado mais detalhes, pode servir de apoio para clubes que estão sofrendo com jogadores envolvidos com isso. Quem paga é o clube e o torcedor. Esperamos na verdade contribuir o máximo possível para que nenhum elemento do futebol esteja contaminado, isso é muito importante. Entendo que nossas ferramentas estão surtindo efeito a partir da divisão de águas do episódio de 2005 – disse Seneme, que defendeu o VAR.

O VAR não é o VAR do Brasil, é da Fifa. Não posso ter um VAR sem seguir um protocolo e um procedimento existente e fornecido pela Fifa. Não tenho autorização. A maneira e o modo que se operam a tecnologia e como os árbitros trabalham é a mesma na China, Japão, Inglaterra, Paraguai, Brasil e Argentina. É um padrão único, que você que tem comprovar para a Fifa para estar autorizado. A informação chega pouco às pessoas, tenho certeza que pouca gente sabe que a empresa presta serviços para a CBF tem que estar certificada pela Fifa, senão é proibida. Essa é a pioneira do VAR quando a Fifa lançou, a parceira número 1, os jogos do Mundial, da Copa do Mundo, da liga inglesa, é a mesma. Inclusive das linhas virtuais, que na minha visão são criticadas por serem pouco entendidas – completou.

Fonte: Redação FogãoNET

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