Escalada junta em 11 das 38 rodadas do Campeonato Brasileiro de 2023, Raphael Claus e Daiane Caroline Muniz dos Santos formaram a dupla recordista em jogos no ano passado. O alto número foi motivo de pergunta do senador Carlos Portinho a Wilson Luiz Seneme, presidente da Comissão de arbitragem da CBF, na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, nesta quinta-feira.
– Alguns dados corrigidos, pelos números que temos, Raphael Claus e Daiane Muniz trabalharam em 2023 em 11 jogos da Série A. Seguido a eles Bráulio Machado com Rodrigo D’Alonso em sete jogos juntos e Anderson Daronco com Wagner Reway seis e Flávio Souza com Rodrigo Guarizo seis, e assim vamos baixando. Porque Raphael Claus e Daiane foram a dupla número 1? Raphael Claus é considerado, se não o melhor árbitro da América do Sul, um dos melhores. A Daiane Muniz, que está convocada, o Brasil tem a maior delegação de árbitros de futebol convocada para Jogos Olímpicos da França, com sete. Quatro são mulheres, a maioria. A Daiane já participou de Mundiais, vai para os Jogos Olímpicos, é destacadamente uma árbitra assistente de vídeo do mesmo nível do Raphael Claus – argumentou Seneme.
– Entendemos que por bem, como critério, pelo grau de complexidade, se exige os melhores árbitros. Pensando nisso que temos o número final. Tenho controle disso, mas não é a prioridade a estatística nem está tão diferente assim da segunda dupla. A prerrogativa principal é o entrosamento. Tenho certeza que a dupla Bebeto e Romário não foi feita dias antes da Copa do Mundo de 1994. Iniciou os Jogos Olímpicos lá de Seul (1988). A Fifa preconiza que o árbitro é um esportista, não um administrativo no campo de jogo, um senhorzinho de terno. O rendimento e o entrosamento entre eles é vital para trabalho em equipe, por isso representa número que na nossa visão não é tão diferente dos dados de outras duplas – alegou Seneme.