Técnico do Botafogo, Renato Paiva recomenda documentário sobre Luis Enrique e exalta revolução do PSG: ‘Lição sobre o que é uma equipe de futebol’

Técnico do Botafogo, Renato Paiva recomenda documentário sobre Luis Enrique e exalta revolução do PSG: ‘Lição sobre o que é uma equipe de futebol’
Vitor Silva/Botafogo

O Botafogo vai medir forças com o PSG nesta quinta-feira, em Los Angeles, valendo a liderança do Grupo B da Copa do Mundo de Clubes. E o técnico alvinegro, Renato Paiva, terá do lado oposto um treinador que considera um exemplo: Luis Enrique.

Em entrevista recente ao “Flashscore”, Paiva recomendou a todos que assistam ao documentário “Luis Enrique: Você Não Sabe P**** Nenhuma”, disponível na MAX, que conta um pouco da intimidade do técnico espanhol que conduziu o PSG a seu primeiro título europeu, com uma filosofia de deixar as estrelas de lado e focar no coletivo e num futebol veloz e vertical.

– Para já eu aconselho o documentário a todos. Aos torcedores, para perceberem um bocadinho o que é o dia a dia do treinador e o que é que vai na cabeça do treinador. Tudo tem um significado, um estudo, uma justificação. Só que é uma pré-justificação, é um pré-estudo, tu fazes uma uma previsão do que tu achas que vai acontecer, depois a prática vem contrariante e depois somos burros porque não funcionou, porque nós não jogamos sozinhos. O jornalista, o comentarista, faz sempre o pós, que é um bocadinho mais fácil – disse Paiva.

– Este [documentário] do Luis Enrique é o melhor e o mais completo de todos. Ali tu vais entendendo a divisão de águas entre um PSG inundado de egos, que quanto mais dinheiro gastava menos ganhava, que conseguia a proeza de não ganhar Campeonato Francês, com o investimento colossal que fez. Há um divisor de águas quando ele chega e diz: “Com todo respeito, quero olhar para o peso do coletivo, quero olhar para os jogadores com fome, quero olhar para os jogadores que queiram crescer com a ideia de um treinador” – continuou.

– E o exemplo que ele vai utilizar é o do Mbappé, que é um jogador soberbo, não há um treinador do mundo que não queira ter um Mbappé. Cada treinador tem uma ideia e uma forma de trabalhar e muitas das vezes não há sinergia, não há encaixe, entre o que o treinador quer e o que o jogador quer. E quanto maior é o peso desse jogador, quanto maior é o ego, maior é o problema.

– O Luis Enrique preferiu uma forma de trabalhar onde prioriza meninos de 19 anos, com fome de aprender, com fome de pôr uma ideia para a qual ele foi contratado. No fim das contas acaba por ser assim. Tu contratas o Renato Paiva para treinar, ele tem uma ideia de jogo, de desenvolver jogadores. Mas depois não o deixo trabalhar, porque quero que faça isto, porque eu quero que eu não sei o quê, depois não há resultados e quem é que vai embora? O Renato Paiva – completou.

Renato Paiva admitiu que torceu para o PSG conquistar a Liga dos Campeões, qualificando a mudança de filosofia do clube francês como uma “lição” para o esporte.

– Eu gostaria muito também por isto que o PSG ganhasse a Champions, porque era uma lição para o mundo do futebol, para todos os presidentes, diretores, treinadores, torcida, jogadores. É uma lição absoluta sobre o que é o peso a importância e a definição de uma equipe de futebol, de um grupo que quer ser uma equipe e um coletivo fortíssimo e que obviamente tem suas individualidades. O PSG hoje não é uma equipa barata, tem super jogadores, mas são jogadores que estão dispostos a ir à morte entre aspas, com aquele treinador.

– O documentário é absolutamente notável, mostra tudo. Mostra o homem, mostra o treinador, mostra o caminho que se escolheu, fala de alguém que não nos podemos esquecer, chamado Luís Campos [diretor esportivo do PSG], que descobre jogadores debaixo de pedras, que olha para jogadores que ninguém vê e aparecem não só no PSG. Encontrares um Mbappé é fácil, mas encontrares um menino de 19 anos [Désiré Doué] no Rennes que fez dois golos [na final] é mais difícil. É uma sinergia entre um grande treinador, um grande diretor desportivo e um presidente que teve esta visão, e todos correram no mesmo sentido – encerrou Paiva.

Fonte: Redação FogãoNET e Flashscore

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