Técnico de primeira linha, reforços, infraestrutura, scout, time B e novo modelo de ‘bicho’: projeto do Botafogo tem ‘visão de médio e longo prazo’, diz CEO

Treino do Botafogo com Luís Castro no campo anexo do Estádio Nilton Santos
Vítor Silva/Botafogo

As mudanças estruturais do Botafogo chegaram também ao futebol. Com a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e John Textor como investidor, o clube desenvolveu projeto ambicioso para os próximos anos. Mas sabe que é necessário ter resultado a curto prazo também.

– O Luis Castro, nosso técnico, tem uma frase: ‘para ter sucesso no futebol é fácil. Basta ter tempo. Mas é o sucesso que te compra tempo’. Temos um projeto com visão de médio e longo prazo. Também por isso o Castro aceitou o convite para vir ao Botafogo e construir uma cultura de longo prazo no futebol, que chamamos de Botafogo Way, como ele fez no Porto. Estruturar a gestão do futebol, valorizar as divisões de base… é um modelo que se viabiliza com o tempo – disse o CEO Jorge Braga, à “Exame Invest”.

– Mas entendemos as pressões de curto prazo, porque somos reféns dos resultados em campo. Fomos campeões da Série B no ano passado. Com o novo volume de investimento, a expectativa da torcida é grande. Temos apoio dos torcedores também para o projeto. Na estreia do Brasileiro (no começo de abril), contra o Corinthians em casa, a torcida lotou o estádio e deu apoio na maior parte do jogo, mesmo que não tenhamos ido bem e que tenhamos perdido – lembrou.

O novo Botafogo pensa em todos os detalhes para poder influenciar na melhora do futebol.

– Trouxemos um técnico de primeira linha mais os reforços. Segundo, tem a infraestrutura do futebol. Vou dar um exemplo. No Brasil, a maioria dos clubes tem sua própria equipe de agrônomos e profissionais para cuidar dos gramados ou contrata uma empresa externa especializada. Nós fizemos as duas coisas para encurtar esse tempo. Outro exemplo: decidimos montar um time B. Tem o elenco principal, que disputa campeonatos, e um segundo que funciona como um bolsão de talentos para o primeiro. Isso nos obriga a duplicar a estrutura do futebol em termos de comissão técnica, cozinha, fisioterapia etc – destacou Jorge Braga, que também citou a montagem da equipe de scout e falou do popular “bicho”.

– Montamos um novo modelo de remuneração, que algumas pessoas no futebol chamam de bicho, estruturado e moderno. Há objetivos individuais e de grupo, para alinharmos os interesses. Tudo foi negociado com os atletas, discutido e publicado antes da estreia no Brasileiro. Essa é a regra do jogo e não muda. Até o ano passado, tinha discussão de bicho no vestiário. Hoje é um modelo agressivo em linha com o que se pratica no mundo. Posso dizer é que ele procura estimular a performance com recorrência, ou seja, a consistência. E há objetivos de grupo e individuais – terminou.

Fonte: Redação FogãoNET e Exame Invest

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