A situação das SAFs do futebol brasileiro foram tema de debate no programa “Seleção SporTV” desta terça-feira. Cruzeiro, Botafogo e Bahia estão ainda patinando, e o Vasco vive um clima de empolgação no momento. O apresentador André Rizek afirmou que, no caso do Glorioso, John Textor colocou o “pé no freio” e enumerou os motivos.
– Pela Lei da SAF, o investidor tem a obrigação de transferir 20% das receitas à associação para o pagamento das dívidas. O que tem acontecido no entendimento do John Textor é que credores têm obtido vitórias na Justiça para passar desse teto. Ele está olhando essa situação e vai tirar o pé até ter uma maior certeza do que vai acontecer – afrmou Rizek.
– O Botafogo se enfraqueceu em relação ao ano passado, perdeu seus pontas, perdeu o Patrick de Paula, não teve reposição e aparentemente não vai ter um investimento esse ano como teve ano passado. Textor colocou o pé no freio em relação a investimentos – completou.
Especialista em negócios do esporte, o jornalista Rodrigo Capelo argumentou que o Botafogo já deveria estar preparado para eventuais problemas, visto que sempre alertou que a Lei da SAF tinha buracos. E disse que o Alvinegro já “desistiu” do Regime Centralizado de Execuções (RCE).
– Vejo muita gente culpando a Justiça de que ela está dando razão aos credores, mas a realidade é mais complicada do que isso. A Lei da SAF tem seus buracos, tem vários pontos mal redigidos. Botafogo e Cruzeiro já desistiram do RCE. O Cruzeiro já anunciou isso e o Botafogo está nesse ponto de discutir com os credores, já desistiu do RCE na prática e está buscando uma recuperação extrajudicial, que é buscar outro caminho para renegociar aquelas mesmas dívidas. Não tem surpresa para ninguém para quem vinha acompanhando o negócio de perto – explicou Capelo, continuando:
– O RCE foi colocado na lei para tratar de dívidas cíveis e trabalhistas, as dívidas tributárias todo mundo sabia que ia se suceder para as SAFs. Não dá para nessa altura do campeonato dizer que não está dando certo porque a Justiça tem colocado coisas que não esperava. Todo mundo esperava e todo mundo sabia.
