Textor descarta tornar Botafogo clube ‘fornecedor’ para outro: ‘Acho que teremos muito mais entrada que saída’

Textor descarta tornar Botafogo clube ‘fornecedor’ para outro: ‘Acho que teremos muito mais entrada que saída’
Vitor Silva/Botafogo

Uma das preocupações quando se pensa em venda de clubes brasileiros para investidores estrangeiros é a possibilidade de ele se tornar apenas um fornecedor para outro. Como revelar jogadores apenas para negociar com parceiros. John Textor garante que isso não acontecerá no Botafogo.

Em entrevista à “Botafogo TV”, o investidor na SAF (Sociedade Anônima do Futebol) alvinegra explicou seus planos para o clube.

– Eu acho que é um medo esperado e que faz sentido, mas que não tem muita base histórica. Nesse exemplo… Nenhum clube deve, nunca, só alimentar o outro. Eu tenho sorte de nos meus relacionamentos ter uma combinação de times de alto nível, em suas partes do mundo, com torcidas enormes, e nem os torcedores, nem jogadores, nem técnicos, jamais aceitariam que o Botafogo está aqui para fornecer para outro time ou que o Palace está lá para fornecer para outro time – garantiu.

– Eu acho que é importante entender que, sim, o Brasil é um lugar incrível em termos de talento, mas se você olha para o elenco do Botafogo, você vê talvez só um ou dois jogadores de fora, e isso é uma oportunidade perdida. Então acho que uma colaboração multiclubes, sendo os donos amigos, ou no meu caso que tenho parte em vários clubes, isso permite entender quais são as necessidades em uma determinada região ou grupo de jogadores. Talvez você tenha uma grande escola em um clube… Sem dúvidas o Crystal Palace tem uma forte área de captação de talentos no Sul de Londres, por exemplo, e eles não conseguem dar conta de desenvolver todo esse talento em um único grupo. E então o conhecimento que o pessoal do Palace tem sobre jogadores e estatísticas no sistema deles, o recrutamento, é muito importante. Acho que a prospecção de talentos aqui no Brasil não é bem desenvolvida, o trabalho estatístico não é bem desenvolvido. Em outras partes do mundo talvez o talento encontrado em crianças mais novas seja o mesmo, mas a disciplina e o trabalho de transformá-los em jogadores bem sucedidos é diferente, então temos muito a aprender com eles – acrescentou.

A ideia de Textor é muito mais um intercâmbio de jogadores, com o Botafogo podendo se beneficiar.

– Sabe, mesmo se só estivermos tirando vantagens dos nossos relacionamentos ao redor do mundo, por eu poder simplesmente ligar para o diretor esportivo de outro clube e perguntar: “Você tem estatísticas desse jogador?”, posso afirmar, isso funciona. Estatísticas funcionam. Temos olheiro no mundo, todo jogo é assistido. A performance física, técnica, criativa de jogo… É tudo monitorado. Eu acho essa prática muito pouco desenvolvida no Brasil. Então, acho que um torcedor estava dizendo isso e eu disse algo parecido sobre um clube português, você precisa se abrir, precisa buscar, precisa ser global e ter a mente aberta… E precisamos entender que, sim, torcedores do Botafogo amam ver os jogadores brasileiros ganhando campeonatos no Brasil e sendo convocados para a Seleção Brasileira, mas eles amam ganhar acima de tudo isso, certo? Então acho que não vão se importar se ao longo do tempo 10% ou 20% do time se tornar internacional. Então, nenhum clube pode funcionar como fornecedor de outro clube. Ele tem que ganhar tanto quanto dá. Eu acho que venda de jogadores é parte natural do negócio, mas quando você faz da forma certa, consegue expor seu jogador a mais oportunidades internacionais. E aí quando você vende os direitos de um jogador você o faz pelo melhor possível pois aquele é um jogador valorizado no mercado e assim você pode vender menos jogadores. O ideal é reter mais talento, se abrir para o mercado internacional, e essas relações precisam ser de mão dupla – pontuou.

– Eu acho que os jogadores vão querer vir para o Brasil e estar no Rio, é uma da cidades mais lindas do mundo. Acho que vamos ter que trazer os jogadores aqui para que vejam com seus próprios olhos que é muito mais bonito que nos cartões postais para que eles sintam como é estar aqui. Acho que teremos muito mais entrada do que saída de jogadores se fizemos bem nosso trabalho – completou.

Veja o vídeo:

Fonte: Redação FogãoNET e Botafogo TV

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