Em entrevista ao “GE” publicada neste sábado (10/6), John Textor garantiu que não vai negociar Lucas Perri e Adryelson na segunda janela de transferências de 2023. Acionista majoritário da SAF do Botafogo, o norte-americano revelou que há outros jogadores na mira da Europa, mas disse que os destaques não sairão agora.
– Eles (Lucas Perri e Adryelson) querem ir para a Europa, mas também querem vencer aqui. Estão amando a temporada. Eles não vão sair nessa janela, mas temos que ter planos para os dois. Eles não são os únicos que estão atraindo interesse da Europa, há Tchê Tchê, Danilo, Victor Sá… São bons o suficiente para jogarem na Europa e sabem disso – afirmou, ressaltando que a dupla valeria muito mais na Inglaterra, por exemplo:
– Essa é uma maneira interessante que a Eagle pode ser usada. Eles valem um certo valor aqui no Brasil. Uma temporada na Europa com o clube certo, por exemplo com o escudo do Lyon no peito, e já valem muito mais. Jeffinho já vale muito mais que os € 10 milhões que pagamos. Sei o que eles valem agora, mas eles, exatamente agora, se estivessem na segunda divisão da Inglaterra, valeriam o dobro.
Preocupado com a situação financeira da SAF, que teve um grande prejuízo (já esperado) em seu primeiro ano de operação, John Textor ressaltou que o elenco alvinegro está inchado e disse que não deve haver mais grandes investimentos na janela de julho.
– Ano passado, não estávamos brigando pelo título e, mesmo assim, gastei muito dinheiro. Temos uma equipe muito cara, no outro dia no treino vi 37 jogadores no CT. Times da Premier League não têm elencos desse tamanho. Temos jogadores vindos do banco que ganham US$ 1,2 milhão (R$ 5,8 milhões) por ano, porque nós montamos dois times ano passado. Estamos lotados agora, temos que fazer uma transição para o ano que vem. Precisamos trazer mais exemplos como Matías Segovia e Diego Hernández, você paga um bom valor para trazê-los, mas espera um crescimento financeiro e os salários são bem razoáveis porque eles ainda são jovens. E não estou falando mal dos veteranos, se estamos bem hoje, é por causa deles – iniciou Textor, continuando:
– Isso (fazer contratações) significaria que eu teria que mover jogadores para fora do clube. Recebo mensagens dos torcedores pedindo jogadores, mas nunca vejo pedidos para tirar os atletas mais caros. É desafiador quando você está perdendo US$ 50 milhões por ano e alguém diz “John, por favor, compre um título para a gente, não vamos nos importar se você falir”. Tem que ser um movimento de equilíbrio. O time que temos hoje é bom o suficiente para ser líder depois de nove rodadas, ir para a Libertadores e talvez até para ganhar algum troféu. Não vou arriscar a saúde financeira do clube por um troféu que podemos comprar com dinheiro – completou.
