Na última sexta-feira, John Textor já chegou revolucionando o futebol do Botafogo e, dentre as escolhas que fez, a contratação de André Mazzuco foi a que mais gerou ruído com os torcedores alvinegros. Investidor do clube, o americano justificou a escolha pelo profissional para assumir a diretoria executiva de futebol pelas relações estabelecidas ao redor do planeta, ampliando o universo de atletas que o Glorioso pode buscar.
– Os torcedores podem olhar o André Mazzuco e pensar: “Nossa, ele não tem um grande histórico”. Como eles sabem? Cada um desses clubes teve suas próprias organizações, especialmente no Brasil, limitações políticas, financeiras, brigas internas sobre jogadores… O que gosto num diretor de futebol é que seja uma pessoa admirada, que tenha boas relações pelo mundo e que aumente o universo de possíveis talentos que possamos buscar – afirmou Textor, em entrevista ao blog do Rodrigo Capelo, do “GE”.
– Acho que o fracasso é o melhor professor. Mostre-me alguém que só teve sucesso e estaremos falando de alguém que não sabe nada. Sou definido pelos meus fracassos e sou orgulhoso de como superei-os. André Mazzuco tem uma experiência incrível na Série A, grandes relações, ele realmente é adorado. Ninguém está me aconselhando, eu aprendo sobre as pessoas. Soube do André de relações respeitáveis que temos na Europa, ele é conhecido como alguém muito acessível, tático e inteligente. Se eu fosse apenas o presidente de um clube social e meu trabalho fosse outro, eu procuraria alguém com o histórico perfeito, porque é o único jeito de conhecê-lo. Mas se sou um cara do futebol, eu assisto 250 jogos por ano, não sei tudo, mas conheço pessoas, sei quem é inteligente, quem tem pensamento crítico, quem tem boas relações, quem é bem sucedido. Quero alguém que tenha experiência naquela função, não com um histórico perfeito. No fim do dia, sou quem fez a promessa aos torcedores de que tentaria fazer de tudo para vencer o Flamengo e conquistar o campeonato. Sou a pessoa que será jogada fora se, depois de alguns anos, não competirmos por títulos. Não será o André, serei eu – completou.
A busca por ampliar o leque de observação foi o que motivou também a saída de Eduardo Freeland do cargo. Textor, no entanto, elogiou muito o profissional, que foi realocado em outra função, auxiliando-o americano na construção de uma nova estrutura para as categorias de base do Botafogo.
– O mais importante era colocar o departamento de futebol no lugar. Passei muito tempo com Eduardo Freeland e ele é incrivelmente intelectual, estratégico, com pensamento crítico, um bom homem, uma grande parte da organização. Mas, para um diretor de futebol, o que você espera é alguém com um grande universo de relações internacionais. Tem que ser admirado e respeitado dentro e fora do Brasil. Os torcedores veem jogadores disponível no jornal, o diretor de futebol vê jogadores que estão para ficar disponíveis em outros times que ninguém sabe. A visão global do mercado de talentos é o que é mais importante num diretor de futebol – explica Textor.
Além da chegada de Mazzuco, Textor trouxe também Alessandro Brito. Ele conseguiu tirar este profissional do Atlético-MG, atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil, para assumir a chefia do setor de scouting e inteligência no Botafogo.
– Quero o melhor pensador, que me dê as melhores informações. Temos o Alessandro Brito, tem estatística, análise, inteligência de mercado. Ele vai ser quem mais vai nos educar. Queremos o jogador que não seja apenas bom, mas que se encaixe no modelo de jogo do Botafogo. Estou muito animado sobre esses dois rapazes, vejo o que o Alessandro fez no Atlético-MG, um time espetacular. Nós temos que montar todo um elenco e isso vai custar muito dinheiro, exigir muito senso crítico, alguma sorte também, de jogar bem aqui também como jogava no seu ex-clube – frisou.