Na madruga de domingo para segunda-feira, John Textor soltou uma “bomba” ao comunicar ter cancelado diversos contratos comerciais, de patrocínio e de fornecimento de material esportivo do Botafogo. Futuro dono da SAF alvinegra, o americano admitiu que isso vai custar-lhe muito dinheiro para pagar rescisões, mas explicou os motivos.
– Não é nada contra os patrocinadores, é que temos a chance de começar com uma “tela em branco”. Antes de nos tornar no que queremos, temos quem definir quem somos, definir objetivos, projetar isso para o mundo todo. A coisa mais importante que temos é, primeiro, o que está acontecendo em campo, mas para tudo fora de campo é como apareceremos para o mundo. Quero pegar essa oportunidade para limpar a ficha de todo tipo de contrato e relações do passado que não são consistentes com o que queremos ser no futuro – afirmou Textor ao “Canal do TF”.
– Veja a Premier League, a La Liga, Bundesliga, eles não tem dez anunciantes espalhados pela camisa, o foco é o clube. Você tem um espaço de muito valor no peito para o patrocinador principal, tem o patrocinador para as mangas, no Crystal Palace está a minha empresa (Facebank). Conseguimos muito valor por isso, porque a camisa não está lotada de propagandas na frente e atrás. Ficando com menos patrocinadores, talvez eles paguem mais – continuou.
– Espero que os torcedores apoiem quando fazemos algo comercial, quando tentamos tomar as melhores decisões em relação aos patrocinadores. Acho que venderíamos mais uniformes se houvesse ali menos patrocinadores. E eu quero cada vez mais pessoas ao redor do mundo usando a camisa do Botafogo, fora do Brasil. Pode parecer que eu joguei muito dinheiro fora, terei que pagar muitas multas de rescisão, então me custou muito dinheiro fazer o que fiz ontem, mas é muito importante para o que nós queremos nos tornar – completou Textor.
O investidor americano, no entanto, não descartou seguir com os atuais patrocinadores do Botafogo, desde que se adequem a um novo padrão.
– Talvez com alguns desses patrocinadores possamos começar novas relações em que nós definiremos os padrões de cor, de tamanho, de local das logos… Foi apenas um começo para seguir em frente – disse.
Surpresa com camisa com ‘promoção maluca’
Na entrevista que concedeu ao “Canal do TF”, Textor foi apresentado à camisa do Botafogo utilizada no clássico contra o Fluminense, pelo Campeonato Carioca de 2015, com a “promoção maluca” da loja “Casa&Video“. Para quem não se lembra, no primeiro tempo um produto foi anunciado com um valor na camisa do clube, e no segundo esse valor foi menor. Textor ficou espantado.
– É verdade isso? Você tem que pedir ao patrocinador respeito pelo que é e o que está tentando transmitir, se você quer ter logos que as cores não sejam preto ou branco, ou alguma cor que funcione bem com preto ou branco… Pediremos aos nossos patrocinadores para se adaptarem aos nossos padrões e não o contrário. Não queremos que nossos jogadores sejam anúncios, mas sim jogadores – frisou.