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Textor explica relação com o futebol e fala sobre interação com torcida do Botafogo: ‘Leio todos os comentários nas redes sociais’

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Por FogãoNET

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Textor explica relação com o futebol e fala sobre interação com torcida do Botafogo: ‘Leio todos os comentários nas redes sociais’
Vitor Silva/Botafogo

Investidor do Botafogo e empresário bem sucedido no mercado de mídia, John Textor revelou ler todas as mensagens que recebe de torcedores alvinegros em suas redes sociais. Ele comentou sobre essa interação com a torcida e a recepção calorosa que teve ao desembarcar no Rio de Janeiro na última sexta-feira, em entrevista à Botafogo TV.

É esperança, não ganhei nada. O que vi naquele dia foi esperança. Foi muito surpreendente. Li nas mídias sociais que talvez algumas pessoas me encontrariam no aeroporto, mas lemos cada coisa estranha nas redes sociais, então não é muito sábio acreditar nelas. Quando cheguei em São Paulo, estava meio apreensivo. Estava bem nos bastidores, no Crystal Palace, bem menos visível. Até 2010 eu era bem popular e público e tudo mais… É uma fuga, sabe? Publicidade e fama mesmo em pequena escala são uma faca de dois gumes. Estava não muito animado em encontrar um monte de gente depois de um voo de dez horas, eu estava horrível, não tinha dormido. Cheguei em São Paulo e estava olhando pelos cantos pensando: “Graças a Deus, não tem ninguém aqui!”. Passei um tempinho no aeroporto e peguei o voo pro Rio. Estava pensando: “Claro que tudo foi uma mentira, ninguém vai estar lá, porque diziam que estariam em São Paulo.” Cheguei de cabeça baixa, estava cansado, quando levantei e me deparei com as pessoas se apertando contra o vidro, apontando para mim… (risos). Pensei: “Será que o Ronaldo estava nesse voo?” – brincou Textor.

Foi incrível, honestamente não esperava. Não mereço. Temos muito trabalho a fazer, mas aceito a empolgação deles como uma manifestação de esperança, sonhos, ambições e seu senso de conhecimento da história do clube. Leio todos os comentários nas mídias sociais, não consigo responder tudo, mas me dá uma boa ideia de como as pessoas se sentem. Acho que eles conhecem o processo, sabem que esse é um momento histórico pelo qual esse país está passando. A reação deles refletiu isso: a esperança, a ambição… Foi um dos dias mais especiais da minha vida. Estamos gravando, então… Querida, depois do nosso casamento, das crianças, claro… (risos). Provavelmente, o Botafogo foi o terceiro dia (risos) – completou.

Textor começou a entrevista explicando por que resolveu apostar no futebol, e a declaração foi longa. Ele abriu uma escolinha de futebol em seu país e teve sua vida transformada pelos alunos desde então.

O John Textor é alguém que acredita no Botafogo. Sou um cara de tecnologia. Fui um atleta ruim como quase todo mundo. Sou motivado pela minha família, pelo meu trabalho e pelas grandes mudanças pelas quais o mundo passa constantemente. Já trabalhei muito tempo, tive muitos tipos de trabalho. Só tenho 56 anos, mas em termos de carreira, me sinto muito mais maduro. Estou chegando num ponto da minha vida no qual tenho metas diferentes. Tenho enfrentado muitos desafios para alinhar os objetivos da minha comunidade, no caso do meu país, com o capitalismo ou com o mercado em outros lugares. Estes são os projetos que mais me inspiram.

– Acho que o futebol é algo que sempre esteve comigo. Joguei a vida toda. Vejo meus filhos jogando. Eu tive um grande desapontamento no trabalho por volta de 2011, 2012, meu mundo desmoronou, fiquei numa situação muito difícil, mas as amizades que eu desenvolvi na nossa escolinha de futebol, ajudando as crianças a definirem o lugar para onde iriam caminhar… Esta foi a única coisa com a qual eu pude contar realmente quando eu passava pelos meus problemas pessoais. Talvez através dos negócios e minha experiência pelo mundo aprendi a lição de que á um número muito pequeno de amigos na vida com os quais você pode contar. Mas, no futebol, lá nos Estados Unidos, as crianças que eu estava ajudando, as famílias que valorizaram aquela ajuda, nunca me deixaram. Meu relacionamento com o futebol ficou mais íntimo naquele período. Acho que acabou determinando quem eu sou depois que o sucesso voltou para mim. E todas aquelas “falsas amizades” me foram oferecidas de volta, me senti libertado. Já não precisava mais me envolver com aqueles relacionamentos não sinceros. Meu sucesso voltou e parece que voltou maior do que qualquer dos meus fracassos anteriores. Então, o que faço com isso? Decidi ficar perto das famílias, das pessoas, dos momentos alegres e das ideias que me salvaram. Na verdade, as pessoas do futebol realmente salvaram minha vida quando eu passava por um momento difícil. Então, é por isso que estou fazendo isto agora.

– Acho que a conexão criada entre o futebol e a torcida é muito especial. Não encontramos isso em nenhum outro esporte que eu conheça. Já experimentei quase todos, exceto o críquete, talvez. O futebol, mais do que qualquer outro esporte, promove uma conexão entre as pessoas, até mesmo entre as torcidas porque adoramos brigar, adoramos odiar as torcidas rivais (risos). O esporte promove uma solidariedade entre os países – concluiu Textor.

Assista à entrevista:

Fonte: Redação FogãoNET e Botafogo TV

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