O que há com o Botafogo em 2025? Sem treinador, ainda sem reforços de peso, sem comissão técnica e sem muitas opções no elenco, o time começou a temporada cambaleando. Na última quinta-feira, perdeu por 2 a 0 para o Racing (ARG), no El Cilindro, na ida da Copa Sul-Americana.
Na visão do comentarista Tim Vickery, do “Redação SporTV”, é possível notar que os jogadores não estão confortáveis.
– Muito diferente do ano passado. É pertinente a coisa de chegar no topo e se manter no topo. Porque a medida ficou agora e ano passado, né? Primeiro, você tem a perda de Almada. No time de ontem, você tem Almada substituído por Matheus Martins, que tem muito pulmão, mas não tem 10% da qualidade técnica e entendimento do jogo de Almada. Então, isso é uma perda técnica enorme. Também você tem as perdas de Luiz Henrique e do Júnior Santos. Os caras contratados para substituí-los são diferentes ou não estavam em condições. Então, o Caçapa mexeu com a estrutura do time, com a entrada de Newton. Um time com, três volantes, um setor onde tinham dois. Perdeu todas as associações. O Botafogo não conseguiu, em nenhum momento associar. Nesse sentido, pareceu um time que nunca jogou juntos antes, quando é um time onde a maioria estava lá no ano passado. Foi uma atuação realmente preocupante – iniciou Tim Vickery.
– Dá para sacar que o time não está feliz. O time não parece feliz jogando futebol. Ano passado foi um time sensacional. E eu lembro, especialmente na Libertadores, os jogos contra o Palmeiras, o primeiro jogo contra São Paulo e o primeiro jogo contra o Peñarol. Eu lembro, pensando, isso é o melhor time na América do Sul desde o Flamengo de 19. Mas agora é um time muito, muito longe. Eu acho que o time está sentindo isso. E uma consequência disso é o Barboza exagerando no papel do xerifão. A gente está vendo isso, não somente nesse jogo, mas a gente está vendo isso nos grandes jogos. Parece um esforço, uma tentativa de compensar. Está se esforçando demais e esse papel do xerifão está criando problemas – avaliou.
O comentarista lembrou ainda que o planejamento do Botafogo é mais voltado para as competições a partir do Campeonato Brasileiro.
– Eu acho que a coisa é meio uma inconveniência para o Botafogo. O Botafogo ganhou a Libertadores, o Racing ganhou a Sul-Americana. Não tem equivalência. A façanha do Botafogo é muito, muito maior do que a façanha de Racing. Porque uma taça vale muito mais do que a outra taça. O Racing ganhando o campeonato não faz o Racing campeão da América do Sul. Porque o campeão da América do Sul é o Botafogo. Também é um jogo que veio muito cedo no ano. Os dois bons anos de Botafogo são fundamentados em ignorar o Campeonato Carioca. Iniciar o ano com o início do Campeonato Brasileiro e a Libertadores. Então esse jogo veio cedo demais para o que tem sido um planejamento de Botafogo nos últimos anos. Este ano parece que é um não planejamento – completou.