John Textor já é acionista no Crystal Palace e está entrando como investidor no Botafogo. Bastou a notícia surgir para as torcidas dos clubes começarem a interagir nas redes sociais. Para o empresário americano, os clubes têm similaridades.
Em entrevista à “Botafogo TV”, Textor deu o exemplo do Crystal Palace de como superar uma fase ruim.
– Isso não acontece na maior parte dos lugares do mundo. Sabe, eu também estou aprendendo sobre futebol na Inglaterra porque eu assisti na TV por muito tempo. O Crystal Palace certamente também já teve muitos momentos como esse. Também já passou por um momento difícil. Isso é spoiler do documentário ‘When Eagles Dare’, que está disponível sobre o Crystal Palace. Atravessou um momento financeiro difícil e um banco internacional muito famoso diagnosticou que eles teriam que fechar o clube, mas a torcida deles… consigo ver a parceria entre as torcidas nascendo de experiências em comum, porque a torcida literalmente atacou o banco. Tinha fumaça azul e vermelha. Eles exigiram uma reunião com o banco. Exigiram que o clube não fosse fechado. Para parte da torcida, que também eram empresários, por uma pequena quantia de dinheiro, que tenho certeza que era grande para eles, pagaram o banco e assumiram o clube. Foram quase rebaixados da Segunda Divisão, mas conseguiram evitar isso e na mesma temporada foram promovidos para a Premier League – explicou.
– Essa é uma história assim como a que vemos no Botafogo, sobre como é relevante ter uma torcida, como a torcida realmente pode fazer a diferença. E o que você no Crystal Palace é que agora está maduro. Essa experiência de rebaixamento e quase falência mudou o jeito que o clube opera. Os empresários, me incluindo como acionista, conhecemos toda essa história e nos sentimos responsáveis por essa história e seguimos em frente de uma maneira muito diferente no Crystal Palace do que você vê no Arsenal, no Tottenham e em outros clubes que experimentaram essa dificuldade. Então o Botafogo… obviamente penso que nenhum clube deveria passar por esse tipo de dificuldade que o Crystal Palace teve que passar para voltar. Mas sendo o campeão que é, sabe… o “Glorioso”, e ser rebaixado, o medo e a ansiedade que se cria, o campeonato do ano passado e agora o acesso, isso tudo explica por que se criou parceria entre a torcida do Botafogo e a torcida do Crystal Palace. Experiências em comum criam grandes relacionamentos – acrescentou.
John Textor se impressionou em ver o nível de interação entre as torcidas dos dois clubes.
– De forma orgânica, não foi planejado. Eu estava conversando com o pessoal do Botafogo, me comunicando com meus parceiros do Crystal Palace, mas somos todos homens independentes no Crystal Palace e eles tinham ciência que eu tinha interesses no Brasil, mas sabe… não foi uma reação coordenada, foi muito orgânico. As pessoas aqui ficaram obviamente muito interessados em quem eu seria, eu acho que a ideia de colaboração com outro clube foi animadora. Isso é incrível, eu me lembro que por dias vi nas redes sociais que a torcida já estava personalizando os escudos, combinando a águia com a estrela solitária, colorindo a estrela solitária em diferentes cores, combinando a águia com a estrela solitária, cogitando amistosos, pré-temporada, tudo isso muito orgânico e especial. Eu pessoalmente curto as torcidas dos clubes trocando informações entre si… essa é a nossa história, esses são nossos craques, aqueles são nossos rivais. A parte engraçada dessa história, quando a torcida do Botafogo começou a invadir as redes sociais do Brighton, que é nosso grande rival do Crystal Palace na Inglaterra, e como sabe tem muitas coisas que não posso repetir em frente às câmeras, eu não me importei em ver a torcida do Brighton tendo que lidar com piadas ácidas da torcida do Botafogo – brincou.